Justiça Eleitoral torna Ronaldo Caiado inelegível por 8 anos e cassa registro do prefeito eleito de Goiânia
A Justiça Eleitoral de Goiás condenou o governador Ronaldo Caiado (União) à inelegibilidade por oito anos por abuso de poder político nas eleições municipais de 2024. Na mesma decisão, a juíza Maria Umbelina Zorzetti, do TRE-GO (Tribunal Regional Eleitoral de Goiás), cassou o registro do prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União). A sentença é de primeira instância, e cabe recurso.
Abuso de poder político
Segundo a decisão, Caiado usou o Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, para promover dois jantares de apoio a Mabel durante o segundo turno da eleição. Os eventos, realizados nos dias 7 e 9 de outubro, reuniram vereadores eleitos e lideranças políticas.
Trechos da sentença apontam que o governador admitiu o uso do espaço público, alegando tratar-se de “reuniões de trabalho”, mas a magistrada entendeu que houve abuso de poder político, com recursos do estado sendo utilizados para benefício eleitoral. A decisão não afeta o mandato atual de Caiado como governador, mas o impede de concorrer a cargos públicos até 2032, o que impacta suas aspirações presidenciais para 2026.
Defesa alega desproporcionalidade
Os advogados de Caiado classificaram a sentença como desproporcional e afirmam que os jantares tiveram caráter institucional, sem conotação eleitoral. Para eles, “um eventual crime eleitoral ensejaria, no máximo, a aplicação de multa”. Já a defesa de Mabel declarou surpresa com a decisão, argumentando que o evento “não teve desvio de finalidade nem gravidade para justificar a cassação”.
Próximos passos
Caiado e Mabel podem recorrer ao próprio TRE-GO em segunda instância e, posteriormente, ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Enquanto o recurso não é julgado, Mabel e sua vice, Coronel Cláudia (Avante), podem ser diplomados e tomar posse no dia 1º de janeiro de 2025.
A condenação é mais um capítulo na disputa política do estado, envolvendo adversários como Fred Rodrigues (PL), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão pode influenciar o cenário político nacional, especialmente na corrida presidencial de 2026.