por Arthur Fernandes
Os candidatos com domicílio eleitoral em Uberlândia ultrapassaram a barreira dos R$ 10 milhões em recursos de campanha arrecadados, segundo os dados enviados para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o último dia 4, data em que o prazo foi encerrado para informar a prestação de contas das candidaturas que disputaram o primeiro turno. Foram declarados R$ 10.042.620,49 como receitas obtidas por meio de pessoas físicas e jurídicas e com recursos próprios.
As despesas também extrapolaram a casa da dezena de milhões de reais. Segundo as informações prestadas à Justiça Eleitoral pelos 35 candidatos a deputados estadual e federal com domicílio eleitoral em Uberlândia, as despesas de campanha atingiram a marca de R$ 10.194.649,08.
Entre os 11 candidatos a deputado federal, foram cerca de R$ 4,6 milhões de receitas obtidas e R$ 4,7 milhões de despesas geradas. Oito entregaram a declaração dentro do prazo, dois não entregaram e um candidato, Francisco Donato Galo (PSC), o Chico Galo, informou que não houve lançamentos de receitas nem de despesas.
Dos concorrentes a deputado federal, quem teve o maior orçamento foi Weliton Prado (PT). Foram recebidos R$ 1.997.252,86 em recursos de campanha e gastos R$ 1.997.161,20. “Está lá declarado tudo o que foi gasto. A dos outros eu não sei. Fiz uma campanha pé no chão e gastei bem menos do que outros deputados eleitos. Praticamente trabalhamos só nos últimos 30 dias por causa da limitação orçamentária”, afirmou.
Segundo o deputado reeleito, a abrangência estadual do mandato força a candidatura a trabalhar em um raio maior da ação. “Se fosse fazer a campanha em todo o Estado, teria gastado até três vezes mais do que isso para atuar em todas as cidades de Minas. Por isso, tive de priorizar o Triângulo, em Uberlândia, a Região Metropolitana (de Belo Horizonte) e Montes Claros”, disse o parlamentar.
Variação
Márcio Nobre espera ajuda do partido
Na disputa para deputado federal, com base na análise da prestação de contas, as despesas foram maiores do que as receitas declaradas pelos candidatos. Foram cerca de R$ 4,6 milhões de receitas obtidas e R$ 4,7 milhões de despesas geradas, segundo as declarações dos 11 candidatos com domicílio eleitoral em Uberlândia. Essa diferença foi provocada em grande parte pela variação entre entrada e saída de recursos financeiros na candidatura do vereador Márcio Nobre (PSDC), que ficou com a primeira suplência do partido.
Ele informou ter utilizado R$ 230.771,96 em receitas e foram geradas R$ 384.043,40 em despesas. Uma diferença de aproximadamente R$ 154 mil. “Estamos vendo a viabilidade de negociar com osfornecedores para esse valor ser liquidado dentro de um tempo hábil, porque estamos buscando também um alinhamento junto ao partido para haver a transferência dessa diferença por meio do comitê partidário. Esse é um compromisso nosso com a Executiva Estadual e com o conhecimento da Executiva Nacional do PSDC”, afirmou o primeiro suplente e atual presidente da Câmara Municipal de Uberlândia.
Assembleia
Cinco não entregaram a declaração
Na eleição para deputado estadual, dos 24 candidatos com domicílio eleitoral em Uberlândia, 19 entregaram a declaração final sobre as receitas e despesas de campanha e cinco não entregaram até o último dia 4. Foram cerca de R$ 5,422 milhões em receitas e 5,421 milhões em despesas.
A candidatura a estadual que teve o maior orçamento foi a do deputado eleito Arnaldo Silva Jr. (PR), que declarou R$ 1.244.871,36 em receitas e R$ 1.244.526,69 em despesas. Procurado, o advogado e deputado estadual eleito não foi localizado pela reportagem.
Os candidatos que não entregaram os documentos foram notificados pela Justiça Eleitoral. Caso a prestação não tenha sido entregue, as contas são julgadas como não prestadas.