Eles são rajadinhos, pretinhos, tigrados, alguns de cores mescladas, filhotes e adultos. Tem até aqueles senhorezinhos. Quem procura um amigo não precisa ir longe ou gastar muito dinheiro. Basta adotar um bichinho de estimação. Mesmo sem pedigree, vira-latas formam um verdadeiro festival de “fofurices” e estão à procura de um lar para chamarem de seu e de tutores para darem amor e aconchego. É por isso que a associação Cão Viver promove, em sua sede, em Contagem, feiras de adoção, sempre de terça a sábado, das 14h às 16h.
Já superlotada, a Cão Viver recebe por dia, em média, 130 mensagens com pedidos de ajuda para felinos em situação de abandono. A associação acolhe animais até que eles sejam encaminhados a lares definitivos. Porém, diante do grande número de gatos, a entidade não consegue ajudar todos. Atualmente, o projeto cuida, em média, de 200 animais – entre eles, 96 felinos.
É a vez que temos mais gatos. Estamos em posição de SOS para tentarmos ao máximo a adoção desses felinos para, posteriormente, acolhermos mais pessoas que nos procuram a todo momento. A intenção é que eles fiquem o menor tempo possível, somos um lar temporário, não podemos nem queremos ser um lar para eles. Muitas pessoas acham que não, mas eles sentem que estão em um abrigo, eles precisam de amor”, explica a voluntária do projeto Cléria Souza.
Segundo Cléria, a situação dos gatos é a mais preocupante. Porém, tanto cachorros quanto felinos com história de abandono, doenças e maus-tratos que foram resgatados nas ruas estão agora saudáveis, vacinados, vermifugados e castrados.
“A procriação dos gatos é muito rápida, e as pessoas têm preconceito, acham que gato é animal de rua, até por isso, pelo abandono, se reproduzem desenfreadamente. Mas não, são animais de casa. Não são ariscos, são dengosos, carinhosos e companheiros”.
Adoção. Quem se interessar deve levar xerox de identidade, CPF e comprovante de residência, ser maior de 21 anos e pagar uma taxa de R$ 40 para os gatos e R$ 50 para cães. Mais informações sobre como ajudar em www.caoviver.com.br.
Números
Abrigo. A Cão Viver fica no bairro Braúnas, em Contagem, e cuida de mais de 200 animais – 5.000 já passaram por lá desde a sua fundação, há 15 anos.
Custo. Sem qualquer apoio do poder público, a associação depende de doações para cuidar dos animais que passam por lá.
A estimativa é que cada animal tenha um custo médio mensal entre R$ 150 e R$ 250.
Ações na capital no segundo semestre
Até o início do segundo semestre, a Prefeitura de Belo Horizonte pretende pôr em prática o plano de manejo que visa buscar o equilíbrio ambiental no Parque Municipal. A medida, que está incluída no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela administração municipal e pelo Ministério Público no ano passado, é devido à superpopulação de gatos vivendo no local – eles são vítimas de maus-tratos e podem provocar um desequilíbrio na natureza com o fim de outras espécies. Atualmente, existem 72 mil gatos em Belo Horizonte. Desses, aproximadamente, 10% vivem nas ruas.
Por meio de nota, a prefeitura informou que já elaborou todo o plano de manejo junto à Fundação Municipal de Parques e Zoobotânica, Centro de Controle de Zoonoses, Secretaria Municipal de Saúde, e Guarda Municipal. As ações de manejo preveem punições para quem for flagrado abandonando gatos no parque e a contratação de duas instituições, uma para dar tratamento médico veterinário e a outra para executar ações de adoção junto à população. A previsão é que o plano e a verba para as ações de manejo sejam votadas pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) no próximo mês.