Nesta terça-feira, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti. Ambos são acusados de envolvimento em uma invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com consequências de grande repercussão.
Segundo a denúncia da PGR, Carla Zambelli é apontada como a autora intelectual do crime, tendo procurado o hacker Walter Delgatti para executar a invasão. O objetivo seria emitir um falso mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. A gravidade das acusações leva os acusados a responderem a processo criminal por falsidade ideológica e invasão de dispositivo informático.
A denúncia ainda revela que a deputada Zambelli teria efetuado pagamentos ao hacker por meio de uma empresa que prestou serviços ao PL durante as eleições, intensificando as suspeitas sobre seu envolvimento no caso.
O processo agora está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, que decidirá se os acusados serão transformados em réus. A data do julgamento ainda não foi definida, mas a repercussão do caso já é intensa.
Em resposta, a defesa de Carla Zambelli expressou surpresa diante da denúncia, refutando a existência de provas que a vinculem ao ataque hacker. Já a defesa de Walter Delgatti destacou que a apresentação da denúncia confirma a veracidade de suas declarações anteriores à Polícia Federal.
Vale ressaltar que o caso remonta a julho do ano passado, quando Walter Delgatti admitiu à Polícia Federal ter recebido R$ 40 mil da deputada Carla Zambelli para realizar a invasão ao sistema do CNJ e inserir documentos falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão, incluindo um falso mandado contra o ministro Alexandre de Moraes. As alegações indicam um intento de desacreditar o Poder Judiciário, conforme declarado pelo próprio hacker em seu depoimento à PF.