Belo Horizonte pode ter demorado a descobrir sua vocação para o Carnaval. Mas, a cada ano, a capital mineira se consolida como uma das principais protagonistas da festa no país. E, neste fim de semana – a sete dias da grande festa –, em mais uma demonstração do grande evento que preparou, a cidade vai colocar 68 blocos nas ruas. O número quase quadruplicou em relação à última semana, quando 17 blocos agitaram os foliões de sexta a domingo. A expectativa é que até o fim do Carnaval, 550 cortejos desfilem.
Entre os blocos que arrastam multidões neste fim de semana está o Mamá na Vaca, que desfila neste sábado (3) no bairro Santo Antônio, na região Centro-Sul. No ano passado, segundo os organizadores, mais de 5.000 pessoas seguiram o cortejo. Ainda neste sábado, o US Beethoven promete animar os foliões na avenida Assis Chateubriand, no bairro Floresta. Haverá também a Banda Mole.
Domingo (4) será dia do Me Beija que Eu Sou Pagodeiro, que desfila na avenida do Contorno, no Barro Preto, e promete reunir mais 40 mil foliões. No ano passado, o bloco, famoso pelo repertório de clássicos do pagode dos anos 90, saiu no Gutierrez com 20 mil pessoas.
“O bloco vem crescendo bastante e atraindo cada vez mais público. Com chuva ou sem, animação não vai faltar. O principal motivo que nos fez mudar o trajeto foi para garantir mais comodidade e segurança para as pessoas que acompanham nosso cortejo”, destacou Matheus Brant, criador do bloco.
Mobilidade. Quem for de carro para o Carnaval de BH deve ficar atento aos locais de estacionamento. As mais de 22 mil vagas de estacionamento rotativo em Belo Horizonte serão liberadas durante a folia.
A medida estará em vigor neste sábado e nos dias 10 de fevereiro (sábado), 12 (segunda-feira) e 13 (terça-feira). Durante esses dias, não será necessário usar o talão nesses locais. Aos domingos, como já acontece, o estacionamento também será livre. A medida visa garantir mais comodidade aos foliões.
Previsão
Chuva. Quem pretende aproveitar o Carnaval em BH e na região metropolitana neste fim de semana pode colocar a capa de chuva como parte da fantasia. A previsão é de chuva principalmente no fim da tarde e no início da noite.
Sem barreiras para a folia
Integrante da bateria do bloco Todo Mundo Cabe no Mundo, o funcionário público aposentado Pompílio Guimarães, 80, confessa: por vezes, se questiona se conseguirá, de fato, vencer a maratona de ensaios que precedem o desfile oficial. Não tanto pelo tempo, de duas horas, mas pelo esforço físico que seu instrumento – chocalho de alumínio – demanda. Mas é um titubeio rápido. Logo ele se convence: “Não deixa de ser um exercício físico, né? Além disso, uma higiene mental”.
Criado há três anos, o Todo Mundo Cabe no Mundo prega, reivindica e brada pela inclusão. O bloco tem como uma espécie de medula a figura de Marcelo Xavier. Formado em publicidade, mas conhecido na cidade por seu trabalho como escritor e artista plástico, Marcelo sempre foi um apaixonado pela folia, mas a criação do bloco transcende essa devoção: aqui, não há espaço para preconceito.
Como ele, outros blocos e iniciativas se articulam com a proposta de promover uma festa democrática e acessível, como é o caso de Chama o Síndico, US Beethoven e Apae Folia, entre outros. O Todo Mundo convida todos, e, neste rol, nem dificuldades motoras são empecilho para levantar a bandeira do samba.
O Chama o Síndico, por sua vez, abriu alas para o Sindicato Inclusivo. “A ideia surgiu pela experiência de integrantes com a utilização da arte como recurso de acesso à cultura, inclusão social, reabilitação, tratamentos e, em geral, da melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência”, pontua Bruno Antônio Lima, o “Titio”. “Essa inclusão permite colocar em prática todo um discurso de respeito à diversidade, às diferenças e aos direitos destes cidadãos”, afirma. (Patrícia Cassese)
Serviço de achados e perdidos para foliões
Um serviço de achados e perdidos será disponibilizado pela Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) durante o Carnaval. Os Centros de Atendimento ao Turista (CATs) vão receber pertences perdidos a partir de 10 de fevereiro.
Quem encontrar ou perder objetos ou documentos deve procurar o CAT Veveco, na avenida Otacílio Negrão de Lima, 855, na Pampulha, das 8h às 18h, ou o CAT Rodoviária, aberto 24 horas no terminal rodoviário.
Outro ponto de busca é nos Correios. Vale lembrar que a empresa mantém os documentos na agência central por 60 dias. Após esse período, eles são encaminhados para os órgãos emissores, e o folião deve pagar R$ 5,50 para recuperá-los. (Natália Oliveira)