Seis pessoas ficaram feridas em um acidente provocado por um carro de passeio, na manhã desta terça-feira (10), na barragem da Pampulha, em Belo Horizonte.
Na direção do carro estava Bruno Sousa Passali, de 24 anos, que, após atravessar a avenida Presidente Antônio Carlos, invadiu a área do Move e bateu em um ônibus. O jovem, que tem carteira de habilitação para condução de motocicletas, tinha consumido bebidas alcoólicas momentos antes durante uma festa.
Por volta das 5h30, Passali e o amigo Eduardo Rodrigues, de 21 anos, trafegavam pela avenida no sentido bairro quando o carro “voou”. O veículo atravessou três faixas, bateu em uma mureta, chegou à pista do Move, foi atingido pelo coletivo da linha 501C (Terminal Morro Alto/Belo Horizonte) e colidiu contra outra mureta.
“O Bruno disse que estava descendo a Antônio Carlos quando perdeu o controle da direção. Segundo ele, a direção travou, e isso fez com que o carro atravessasse e batesse no ônibus do Move”, explicou o sargento Edson Siqueira, do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPtran).
Com o impacto da batida, Rodrigues ficou preso às ferragens e foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros. Cinco passageiras, de 52, duas de 48, uma de 40 e outra de 34 anos tiveram ferimentos leves.
Passali afirmou à polícia que, momentos antes do acidente, estava em uma festa com o amigo. “Próximo ao viaduto São Francisco – há cerca de quatro quilômetros do local da batida – o motorista, que não estava com condições de dirigir, passou a direção para o Bruno. Quando ele desceu a via e tomou velocidade, aconteceu a colisão”, disse o militar.
O motorista do ônibus Antônio Fernandes Vasconcelos, de 52 anos, estava na primeira viagem do dia de trabalho quando tudo aconteceu. “Estava vindo na minha direção tranquilo. Questão de segundos vi o carro em alta velocidade e batendo de frente. Aproximadamente 80 pessoas estavam no coletivo, e quatro ficaram feridas sem gravidade. Fim de semana eu já passo por aqui com a máxima atenção porque as pessoas correm muito. Agora hoje tivemos esse susto. Falta consciência para alguns motoristas”, afirmou.
]Passali foi preso em flagrante e encaminhado Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Bafômetro
De acordo com a Polícia Militar, os dois motoristas passaram pelo teste do bafômetro. O teste do motorista de ônibus não apontou ingestão de bebida alcoólica. Já o de Bruno Passali, o equipamento acusou 0,23 miligramas de álcool por litro de ar expelido. Apenas índices acima de 0,33mg de álcool por litro de ar expelido são considerados crime de trânsito.
Ainda de acordo com a Polícia Militar, faz parte da rotina da corporação realizar blitz e, se necessário, o militar pode solicitar que o motorista faça o teste do bafômetro. Por questões de estratégias, a instituição não informa quais são os locais de abordagens com mais frequência.
Minientrevista
Bruno Passali
Condutor do carro de passeio
Para onde você e seu amigo estavam indo no momento do acidente? Fomos a uma festa em Contagem – região metropolitana – na segunda e hoje estávamos voltando para casa no bairro Santa Terezinha (em BH). Deixamos umas meninas em outro bairro antes. Meu amigo não estava em condições de dirigir e eu assumi a direção.
O que provocou o acidente?
O carro é do meu tio e é kit gás, muito forte 1.9. Na hora da curva, ele desligou e travou do nada. O volante não virava, ele foi reto. Aí eu “apaguei” e nem vi o ônibus. Foi tudo muito rápido. Eu bebi um pouquinho antes. Ele estava ruim, aí eu assumi a direção. A gente estava ‘de boa’, eu não estava bêbado.
Mesmo não sendo habilitado para dirigir carros, você resolveu assumir a direção?
Jamais pensei que isso pudesse acontecer. Eu sou motociclista, nunca fui preso. Não estava correndo, estava a mais ou menos 60 km/h. Eu resolvi dirigir para que justamente nada de ruim acontecesse.
Atualizada às 15h37