“Obrigada por todo o amor, carinho e dedicação com nossas famílias neste momento tão difícil que estamos vivendo! Suas mãos salvam vidas!”.
Essa singela mensagem, repleta de palavras de amor, alento e gratidão, é apenas uma das mais de 3.000 cartas que foram escritas por crianças e adultos que participam do projeto “Mãos de Amor” e que vêm sendo distribuídas, desde março deste ano, a pacientes internados com Covid e a profissionais da Saúde que atuam na linha de frente no combate da pandemia em Betim.
Idealizada por Alessandra Atayde, 40, a iniciativa surgiu depois que a mãe da betinense, dona Elena, de 67 anos, e irmão dela, Leonardo Atayde, de 49, foram internados na cidade para se recuperar deste novo vírus.
“Um dos priores viés desta doença é o fato de não podermos ficar próximos das pessoas que amamos. Quando enviamos a primeira carta para minha mãe, soubemos que a mensagem fez um bem enorme para ela. Desde então, senti que precisava seguir com esta missão de Deus”, contou Alessandra.
No início do projeto, a betinense confeccionava as cartas com a ajuda de dois sobrinhos: José, de 3 anos, e Pedro, de 9. Contudo, com o tempo, a iniciativa ganhou força e, hoje, são mais de 30 voluntários envolvidos.
A expectativa, segundo o grupo, é distribuir mais de 50 mil cartas até o fim deste ano. “Não há nada que pague receber uma ligação, uma foto, uma mensagem de um paciente ou um profissional nos agradecendo”, disse a betinense.
As palavras de esperança e positividade realmente têm tirado o fôlego e feito derramar lágrimas de gratidão nas pessoas que as recebem. Há casos, inclusive, de pacientes que tiveram uma melhora no quadro de saúde depois de lerem as mensagens motivacionais. Esse é o caso do porteiro Alexandre Lopes, 44, que ficou internado em Betim por 12 dias para se tratar da Covid.
“Estava desanimado, achando que a doença tinha me vencido. A médica chegou a dizer que eu seria entubado. Mas, por um milagre de Deus, esta carta chegou nas minhas mãos. Foi como se eu tivesse recebido uma injeção de adrenalina. Era como se, por meio das mãos dessas crianças, Jesus Cristo estivesse me dizendo: ‘levanta, não se abata, estou com você’. Pouca horas depois, tive uma melhora considerável e não precisei ser entubado”, revelou o porteiro.
Assistente social de uma das unidades que recebem as cartas do projeto no município, Tatiane de Freitas, 36, concorda que as cartas têm dado energia e força aos pacientes e trabalhadores da Saúde.
“É um projeto lindo, que traz uma energia positiva enorme, sobretudo, porque as cartas são feitas por crianças. Quando a Alessandra chega até a unidade e fala sobre a iniciativa, ressalta a importância de cada profissional no tratamento contra a Covid, isso nos dá um gás enorme. E toda vez que entregamos as mensagens aos pacientes, percebo como eles se sentem revigorados”, afirmou.
Segurança
Antes de serem distribuídas nos Cecovids e nas UPAs, as cartas são embaladas e higienizadas, garantindo, assim, a segurança dos envolvidos. Salvo raras exceções, elas são entregues pessoalmente aos profissionais. Já a distribuição aos pacientes ocorre somente por meio das equipes de saúde.
Para ajudar
Mesmo com o aumento do número de voluntários, o projeto “Mãos de Amor” precisa de ajuda. Como os gastos com material para confeccionar as cartas têm crescido, o grupo pede a população a doação de papéis, tintas, pincéis, balas e bombons.
Interessados em ajudar podem entrar em contato com a Alessandra, por meio dos Instagram (@maosdeamorprojeto e @aleatayde) ou pelo WhatsApp (31) 99159-4566.