O técnico uruguaio Óscar Tabárez afirmou na véspera da partida com Portugal que sua seleção vivia o melhor momento dos últimos 12 anos e que era hora de a equipe celeste recuperar o seu protagonismo. Ao seu lado, o atacante Luis Suárez balançou a cabeça positivamente e, depois, disse que o jogo deste sábado ficaria marcado. Pois quis a história que os bicampeões mundiais derrotassem os atuais campeões europeus por 2 a 1 com gols de Cavani, em Sochi, e avançassem para as quartas de final da Copa do Mundo da Rússia. Agora, o Uruguai vai buscar uma vaga entre os quatro melhores diante da França.
Foi um jogo em que a Seleção Portuguesa teve mais presença ofensiva, e a uruguaia, mais presença de espírito. Porque o Uruguai soube explorar bem os seus contragolpes e manteve durante todo o jogo a sua principal característica nesta Copa, a de fechar os espaços na defesa, impedindo os avanços de Cristiano Ronaldo.
O craque português até teve duas boas chances no primeiro tempo. A primeira, aos 5, em chute quase frontal que parou nas mãos de Muslera. Mais tarde, em cobrança de falta a uma distância em que está acostumado a mandar a bola na rede, mas que dessa vez parou na barreira.
Depois disso, Cristiano Ronaldo foi empurrado pelo trio defensivo formado por Giménez, Godín e Cáceres para os lados de campo. Assim, o único jogador diferenciado da esquadra portuguesa ficou muito longe da meta adversária e dos companheiros. Afastado do melhor do mundo, o atacante Gonçalo Guedes foi figura nula. Andre Silva, que entrou em seu lugar na etapa final, também.
O que pesou a favor do Uruguai foi justamente o seu ataque, formado por dois jogadores acima da média. É verdade que Suárez às vezes exagera – neste sábado, ele se atirou duas vezes no campo levando as mãos à nuca quando de fato foi atingido nas costas -, mas também é verdade que, com a bola nos pés, sabe fazer a diferença. De quebra, tem ao seu lado na equipe celeste um atacante de área que não perdoa.
Com Cristiano Ronaldo empurrado para os flancos e sem conseguir trabalhar a bola pelo meio, Portugal passou todo o segundo tempo jogando na base do abafa e dos cruzamentos para a área. O time até chegou ao empate, em cabeceada de Pepe após cobrança de escanteio aos nove. Mas a tática de passar 50 minutos cruzando a bola pelo alto era apenas fortuita. Não havia quem pudesse mandar a bola para dentro.
Pelo lado do Uruguai, havia. E ele se chamava Edinson Cavani. Aos 16, o atacante recebeu passe na meia esquerda, enquadrou o corpo e bateu de primeira no canto oposto, em curva, marcando um golaço e sacramentando a classificação uruguaia.
URUGUAI 2 x 1 PORTUGAL
Uruguai
Muslera; Giménez, Godín e Cáceres; Laxalt, Nandez(Carlos Sanchez), Torreira, Bentancur (Cristian Rodriguez) e Vecino; Suárez e Cavani (Stuani)
Técnico: Óscar Tabárez
Portugal
Rui Patrício; Ricardo Pereira, Pepe, Fonte e Guerreiro; William Carvalho, Adrien Silva (Quaresma), João Mário (Manuel Fernandes) e Bernardo Silva; Cristiano Ronaldo e Gonçalo Guedes (Andre Silva)
Técnico: Fernando Santos
Gols: Cavani, aos 7 minutos do primeiro tempo, e aos 16 minutos do segundo tempo (Uruguai); Pepe, aos 9 minutos do segundo tempo (Portugal)
Cartão amarelo: Cristiano Ronaldo (Portugal)
Árbitro: César Ramos (Fifa/México)
Público: 44.287 torcedores
Local: Fisht Stadium, em Sochi