Imagens registradas pela população mostram uma grande quantidade de peixes mortos às margens do rio. Entre eles estão espécies como piau, surubim, piaba e até dourado. A Secretaria de Meio Ambiente de Cristalina, que acompanha o caso, estima que pelo menos meia tonelada de animais já tenha morrido.
Segundo o ribeirinho Wilian Alves de Oliveira, a situação começou a ser percebida no último dia 1º. “A gente nunca viu uma situação dessa aqui e ficamos espantados, até com medo da situação”, contou.
A reportagem percorreu o rio de barco e constatou que existem peixes mortos por todos os lados. Como muitos já estão em estado avançado de decomposição, o cheiro é bem forte.
Amostras da água e dos animais foram coletadas e encaminhadas para Goiânia para análise. Enquanto as causas da mortandade não são reveladas, a orientação é que a população não consuma água do rio e evite pescar.
“Várias famílias dependem desse rio, seja da pesca ou para a irrigação da lavoura. Por isso, a gente pede para os moradores da região que tomem mais cuidado com o rio, que cuidem mais, pois todos dependemos dele”, disse o presidente do Conselho de Segurança de Cristalina, Carlos Roberto de Paulo.
Como o Rio São Marcos faz divisa com Paracatu, a Polícia Civil Ambiental de Minas Gerais informou que também vai investigar o caso.
Danos
O engenheiro ambiental Mateus de Morais alerta para duas hipóteses: despejo de agrotóxicos no rio, já que ele passa por diversas fazendas com plantações, ou a pesca predatória. “Estamos no período da piracema, quando os peixes estão subindo o rio para desovar, e essa situação vai cada vez piorando, podendo levar até a perda de algumas espécies. Isso só traz prejuízos”, disse.
No ano passado, empresários de Cristalina e uniram para povoar o rio com alevinos, com objetivo de garantir a continuidade das espécies e incrementar as atividades de pesca. Agora, eles lamentam a morte dos animais.
“Fizemos um esforço muito grande para soltar 250 mil alevinos no rio. E agora a gente se depara com essa tragédia que a gente vê aqui e todo o nosso trabalho foi por água abaixo”, reclamou o empresário Wanderlei Benatti.
G1