Dos 642 candidatos que disputam uma vaga no Legislativo de Uberlândia neste ano, 218 fazem referência, no nome de urna, ao bairro, profissão ou função social desempenhada. O número corresponde a 33,9% do total de concorrentes a uma cadeira na Câmara Municipal. Cargos religiosos, professores e “doutores” são os mais utilizados.
A contagem foi feita pelo CORREIO de Uberlândia com base nas informações do DivulgaCand 2016, plataforma online do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com informações sobre os candidatos de todo País.
Os professores são os que mais fazem referência ao cargo no nome da urna. Dezessete concorrentes utilizam a profissão para se identificar. Logo atrás vem os que se destacam pela função de pastor evangélico, com 12 candidatos (dois deles optaram por usar a forma abreviada “Pr”).
Se somados todos os cargos correlatos, o grupo dos religiosos se iguala em número ao de professores. Além dos pastores, há dois missionários, um bispo, um presbítero e um padre. No entanto, se for considerado grupos de profissões, o maior é aquele composto pelos autoproclamados doutores: 18 candidatos utilizam a designação em nome de urna.
Popularmente, são chamados de doutores profissionais das áreas de Saúde (médicos e dentistas), Direito (advogados, juízes e promotores), Engenharia e Veterinária. Dentre os candidatos “doutores” de Uberlândia, a maioria é composta por advogados (11), seguidos por médicos (3) e servidores públicos (2). Também há um fisioterapeuta e uma dentista.
Para o especialista em marketing político Diego de Souza Quadra, o apelo à profissão ou pronomes de tratamento é uma forma dos candidatos tentarem passar credibilidade. “As pessoas pedem por competência e o uso dessas atribuições, às vezes, pode trazer a ideia de que o candidato tem a capacidade de resolver problemas e dialogar”, afirmou.
Para cientista político, estratégia pode ser eficiente
Para o cientista político João Batista Domingues Filho, a utilização da profissão ou função social desempenhada no nome de urna do candidato a vereador pode ajudá-lo nas eleições municipais deste ano. O uso de nome do bairro também se encaixa nesta situação, segundo o especialista.
“Em eleições municipais, o eleitor escolhe pelo trivial, pelo que está mais próximo a ele. Consequentemente, o nome ligado ao cotidiano vai estar mais presente”, afirmou Domingues Filho. “Com tempo mais curto para campanha (em virtude da minirreforma eleitoral) e com menos dinheiro, a opção de recorrer a estas estratégias facilita a escolha”, disse o cientista político.
Shopping Park é o nome mais utilizado por concorrentes
Também é tradicional, entre os candidatos a vereador de Uberlândia, aqueles que usam o local onde moram para compor o nome de urna. Neste ano, o bairro Shopping Park, na zona sul, foi o mais utilizado, com cinco candidatos destacando a ligação com a vizinhança. Morada Nova, na zona oeste, Morumbi e Tibery, na leste, também foram lembrados por um candidato cada.
“Principalmente para vereadores, o eleitor busca por alguém que esteja mais próximo ao seu dia a dia ou ao da vizinhança”, disse o especialista em marketing político Diego de Souza Quadra.