O secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, comemorou hoje (9) a informação sobre nova entrega de vacinas da Oxford/AstraZeneca produzidas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ao Ministério da Saúde e a consequente remessa de mais imunizantes para a capital. Segundo Soranz, com isso, pode ser mantido o calendário da próxima semana que prevê a imunização de homens e mulheres em dias alternados. A vacinação começará na segunda-feira (12) pelas mulheres de 63 anos, até chegar, no sábado (17), a pessoas de 62 anos ou mais, na chamada repescagem.
“Até sábado, tem vacina garantida. Vai ser sempre assim: a gente está trabalhando no limite, utilizando o máximo de doses possível, dentro do limite de segurança, para garantir a vacinação de todos”, disse o secretário. Segundo Soranz, o Rio de Janeiro é uma das capitais que mais vacinaram contra a covid-19, tendo atingido a meta de 1 milhão de pessoas imunizadas.
Soranz destacou que o município pretende vacinar todos os idosos no mês de abril e iniciar a imunização das pessoas que têm comorbidades. Até o momento, a meta tem sido mantida, mas sempre no limite, “dependendo da chegada de novas doses”, disse o secretário durante a apresentação do 14º Boletim Epidemiológico da Covid-19 da prefeitura.
Ao comentar declaração do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre a liberação mais rápida das doses recebidas tanto pela Fiocruz quanto pelo Instituto Butantan, o secretário enfatizou que qualquer dia de atraso compromete o calendário. “Distribuir vacinas produzidas no Rio de Janeiro, no mesmo dia para a cidade e para o estado, é fundamental”, afirmou.
O prefeito Eduardo Paes elogiou a iniciativa do ministro da Saúde, afirmando que não dá para receber doses e ficar segurando uma semana, no ritmo em que a cidade está. “Aqui vai o meu agradecimento ao ministro da Saúde pela decisão inteligente e óbvia: recebeu, distribuiu. Ficar segurando uma semana e distribuir depois, não parece nem racional”, disse Paes.
Na capital fluminense, já receberam a primeira dose da vacina 1.003.714 pessoas, o que corresponde a 14,9% da população local. O percentual de idosos chegou a 68,1%. Receberam a segunda dose 284.390 pessoas. Ao todo, foram aplicados 1.288.104 de doses de vacina contra a covid-19 no município. Os números apresentados nesta sexta-feira na divulgação do boletim epidemiológico da prefeitura do Rio foram atualizados ontem (8), às 20h15.
“É uma satisfação, uma luz no final do túnel que a gente abre. Atingir a marca de mais de 1 milhão de cariocas vacinados com a primeira dose dá praticamente 15% da população vacinada”, disse o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Márcio Garcia. Na opinião de Garcia, o principal dado é que quase 70% dos idosos com mais de 60 anos foram vacinados com a primeira dose. “Os idosos são a parte da população que tem maior risco, caso contraiam covid-19, de agravar-se o caso ou evoluir para o óbito”, acrescentou.
Eduardo Paes garantiu que não faltará vacina para a segunda dose, ressaltando que a prefeitura tem “um colchão seguro e confortável” para isso. “As pessoas que já tomaram a primeira dose não precisam ficar preocupadas, porque a gente sempre trabalha garantindo a chamada D2, segunda dose, sempre com alguma reserva.”
Soranz destacou que a população tem tomado a segunda dose na data correta e que menos de 4% se atrasaram e não foram aos postos na data estipulada. “O ideal é que a segunda dose da CoronaVac seja tomada no 28º dia. Isso é superimportante porque aumenta a imunogenicidade e o potencial de proteção da pessoa contra a covid-19. Pode antecipar alguns dias, mas o ideal é que seja o mais próximo possível do 28º dia. Esta é nossa orientação para a população”, disse Soranz, recomendando atenção ao dia determinado para a segunda dose. “Na AstraZeneca são três meses, ou 12 semanas.”
Postos
A prefeitura continua expandindo o número de postos de vacinação na cidade do Rio de Janeiro. Nesta semana, foram abertos mais dois: um no Centro Cultural Imperator, no Méier, e outro na quadra do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, em Olaria, ambos na zona norte.
Variantes
Segundo Márcio Garcia, os dados do boletim epidemiológico indicam ainda que não houve grandes mudanças no aparecimento de variantes do coronavírus na cidade do Rio.
“Nesta semana, não houve grandes alterações nos resultados de vigilância genômica. Foi identificado apenas um caso de uma nova variante em um residente no Rio de Janeiro, totalizando 93 casos de novas variantes no município. Nada de novo. A gente continua com a predominância da variante P1, identificada há algumas semanas ”, afirmou.