A chuva desta terça-feira (30) deixou um rastro de estragos na grande BH. Além de árvores caídas e muros desabados, na avenida Heráclito Mourão de Miranda, mais conhecida como avenida Atlântida, uma cratera de cerca de dez metros de comprimento assustou os moradores do bairro Alípio de Melo, na região Noroeste de Belo Horizonte.
De acordo com a Defesa Civil da capital mineira, a erosão tem cerca de dois metros e meio de largura e quatro metros de profundidade. Os agentes do órgão estiveram no local ainda na noite de terça e isolaram a área.
Segundo moradores da região, a abertura de crateras no local acontecem com certa frequência. “É só chover que isso acontece. É a quarta vez que aparece buraco aqui neste lugar. Tamparam o buraco semana passada, mas não fizeram a contenção em baixo no córrego. Fazem, fazem, fazem, mas não fazem bem feito. Se só jogar pedra e terra, a água leva na primeira chuva”, detalha o comerciante José Homero Martins, de 66 anos, que mora em frente ao local.
O morador conta ainda que, logo após a abertura do buraco, um carro passou e quase despencou lá dentro. “Se não fosse eu colocando um galho para sinalizar na hora, ele poderia ter caído e sumido na água. Ele se abriu por volta das 19h e só 22h que fizeram a sinalização”, completa o comerciante.
O mecânico Alex Santos Alves, de 40 anos, alerta para o risco do problema. “Muita gente faz caminhada aqui, tá sempre cheio de gente. É arriscado a pessoa estar passando na hora, cair no buraco e ser levada pela água. Eles só fazem ‘maquiagem’, tampam o buraco mas deixam o problema”, denuncia.
O trânsito flui em metade da mista, mas, até por volta das 8h30, estava tranquilo na região.
Outros estragos
Ao todo, a Defesa Civil de BH atendeu a três ocorrências de queda de árvore, uma de risco de queda de árvore, duas de desabamento parcial de muro de arrimo, três de risco de desabamento de muro e uma da erosão na avenida Atlântida.
No bairro Caiçara, também na regional Noroeste de Belo Horizonte, o asfalto foi praticamente arrancado pela força da água na rua Icaraí. “Choveu muito forte e por quase uma hora direto. Parecia o fim do mundo, e dava pra ver quase um rio descendo estas ruas. Já esperava encontrar estragos como este”, disse uma moradora da rua.
FOTO: WEB REPÓRTER |
Na rua Icaraí, no Caiçara, o asfalto foi arrancado pela água |
Pelo menos duas árvores caíram na na terça: uma no sentido centro da avenida dos Andradas, no bairro Esplanada, na região Leste; e outra na rua Grão Mogol, na esquina da avenida do Contorno, no bairro Sion, na região Centro Sul.
Uma casa na rua Flor de Romã, no bairro Jardim Alvorada, também na região Noroeste da capital, foi atingida por um muro de arrimo de aproximadamente 3,5 metros, construído na lateral do terreno. De acordo com a Defesa Civil, uma árvore da espécie mangueira, de grande porte, também corria o risco de cair sobre a casa. Parte do muro de arrimo segurava a planta.
Na rua das Flores, no bairro Nova Suíça, na região Oeste, ocorreu a queda parcial de um muro de arrimo. Assim como na ocorrência do Jardim Alvorada, ninguém ficou ferido.
Balanço
Entre 12h de terça e 7h desta quarta-feira (31), registrou-se 52,4 mm de chuva somente na regional Venda Nova, 48,8 mm na Pampulha e 43,4 mm na Oeste. A regional Noroeste apresentou 43,2 mm de chuva, seguida pela Nordeste, com 43 mm. Já as demais regiões registraram: Leste (39,2 mm), Norte (37,6 mm), Centro-Sul (37,2 mm) e Barreiro (31,4 mm).
Já no acumulado do mês de janeiro, registrado até 5h30 desta quarta, a regional que registrou mais chuva foi a Leste, com 233,8 mm, que representa 79% da média histórica do mês, que é de 296,3 mm. A segunda regional com mais chuva registrada até agora foi Venda Nova, com 221,1 mm (75%), seguida das regões Nordeste, que teve 215,8 mm (73%) e a Noroeste, com 214 mm (72%).