Acostumado a grandes competições, o ciclista Hugo dos Reis Cavanelas, 38, passou nesta terça-feira (9) por seu último pelotão. Morto no último domingo após ser atropelado no dia 3 de janeiro durante um treino em uma rodovia de Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, o atleta recebeu em um trecho de 15 km a saudação de centenas de ciclistas, amigos e familiares.
Quem conhecia Cavanelas, sabe que ele, provavelmente, diria que “foi incrível”. Era assim que ele se referia sempre que algo especial acontecia. A frase chegou a ser estampada nas camisetas de grande parte das pessoas que passaram nesta terça-feira pela Oitava Igreja Presbiteriana, no bairro Palmares, na região Nordeste da capital, onde o corpo do ciclista foi velado.
Durante a cerimônia, um áudio mandado pelo atleta a um amigo emocionou os presentes. Nele, Cavanelas dizia que o mundo é palco de grandes aflições, mas que a esperança dele não se limitava ao que poderia viver aqui. Durante a tarde, o corpo deixou a igreja sob aplausos e foi levado para o Cemitério da Saudade, na região Leste da capital, onde foi sepultado.
Cerca de 150 ciclistas participaram da homenagem. Eles pretendem realizar um novo ato no próximo sábado para conscientizar motoristas sobre os cuidados no trânsito.
Duas versões. O ciclista Romulado Marriel, 53, estava com o atleta no momento do acidente e afirma que o veículo estava na contramão. No dia do acidente, o motorista disse que era o ciclista quem trafegava fora de sua mão de direção. A Polícia Civil ainda investiga o caso.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), no caso de transição em rodovias, os ciclistas devem pedalar no mesmo sentido da circulação dos automóveis, pelas bordas das pistas. Fica restrita a circulação onde não há acostamento nem pista dupla.