A cobertura da vacina bivalente contra a COVID-19 em Belo Horizonte está aumentando lentamente, mas ainda não é a ideal. Em três meses de campanha para idosos acima de 60 anos, a aplicação da bivalente de COVID-19 atinge apenas 45% do público. E só 10% dos adultos com até 59 anos se imunizaram, mesmo com o aumento dos locais e horários de vacinação na cidade. Segundo o Boletim Epidemiológico e Assistencial da Prefeitura de Belo Horizonte, divulgado ontem, nos últimos sete dias, cerca de 40 mil pessoas receberam doses bivalentes contra a COVID-19. Todos são adultos a partir dos 18 anos, sendo 32.607 até os 59 anos e 7.773 acima de 60.
Apesar da procura nos últimos dias, para o médico infectologista Alexandre Moura, da Santa Casa de BH, os números ainda estão baixos para ambas as faixas etárias. “Para a população idosa, o universo ideal é acima de 90% de cobertura. Até 59 anos, a prioridade é de quem tem outras doenças e imunossupressão, então 60% já teria alcançado os grupos prioritários, embora o mais correto seja todos tomarem a vacina. E nas duas faixas etárias (a cobertura) ainda está abaixo das metas”, diz.
É importante que a população fique atenta à vacinação, especialmente pelo momento de alta nos casos de problemas respiratórios. Nesta semana, foram 200 diagnósticos positivos de COVID-19 na capital mineira e três pessoas morreram em decorrência da doença. “É uma época esperada, por causa do clima, então, estamos em alta, mas não é epidemia, porque isso acontece quando há um aumento surpreendente para o período. O coronavírus ainda está em mutação, existem variantes contra as quais somente essa vacina protege”, explica o médico.
Ainda segundo a PBH, até terça-feira (23/5), havia cerca de 25.500 doses de vacina bivalente em estoque. E, durante o fim de semana passado, foi feita uma ação com tendas de saúde montadas nas nove regionais da cidade, através de uma iniciativa do Movimento BH + Feliz.
As aplicações foram contra a meningite C para pessoas a partir de 16 anos, gripe, a partir de 13 anos e bivalente de 12 a 17 anos para quem tem comorbidade e a partir de 18 anos para o público em geral. Foram aplicadas 7.937 doses e a gestão municipal avalia as estratégias para ampliar o acesso da população aos imunizantes, mas ainda não há previsão de manter a iniciativa aos finais de semana.
GRIPE Desde 16 de maio liberada para a população em geral, a vacina contra a gripe está sendo aplicada em todos os postos de saúde da capital mineira, além de algumas farmácias. Um levantamento da PBH mostra que 340.500 pessoas foram vacinadas desde o início da campanha com público prioritário, em abril. Entre 17 e 23 de maio, 20.500 pessoas procuraram os postos para receber imunizante, que é trivalente e protege contra os vírus H1N1, H3N2 e vírus influenza B.
Não há contraindicação para a aplicação das vacina contra COVID-19, meningite C e gripe em um mesmo dia. “Geralmente é feita em três músculos diferentes, mas também é permitido aplicar duas vacinas no mesmo braço”, diz o infectologista Alexandre Moura.
MENINGITE C Com uma campanha mais extensa, desde o final do ano passado os públicos recomendados pelo Ministério da Saúde estão aptos para receber o imunizante contra a meningite C. Até ontem, cerca de 373 mil pessoas receberam a dose, sendo 9 mil aplicadas na última semana.
Para fins de cobertura vacinal é considerado a população que na rotina tem direito à vacina gratuitamente (doses aos 3 e 5 meses de idade e reforço aos 12 meses). Atualmente a cobertura prioritária para crianças menores de 1 ano está em 53,8% e para crianças de 1 ano, em 58,1%.
A campanha foi prorrogada até 30 de julho e contempla a população em geral. “A meningite é uma doença bem menos frequente, mas quando diagnosticada, é mais grave e tem altas taxas de mortalidade. A vacina é dada para crianças e adolescentes, mas está disponível para qualquer faixa etária, pois faz parte de uma estratégia de rotina para manter a população protegida”, finaliza o médico.
A doença atinge o sistema nervoso, caracterizada por um processo inflamatório que atinge a membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal das pessoas. Mais frequentemente é ocasionada por vírus ou bactéria e pode levar à morte ou provocar danos cerebrais graves, deixando sequelas. A doença se transmite de uma pessoa para outra pela tosse, espirro e pelas mãos sujas, no caso de alguns vírus, isto é, vias fecal-oral, oral-oral, respiratória.