A deputada Joice Hasselmann, que chegou a ser a mulher mais votada das eleições de 2018, perdeu mais de 1 milhão de votos. José Serra e Eduardo Cunha são outros nomes conhecidos que fracassaram na campanha de 2022
Entre os principais nomes derrotados estão Daniel Silveira (PL), que era candidato ao Senado pelo Rio de Janeiro, Major Vitor Hugo, que disputava o governo de Goiás, e Fernando Collor, que tentava o governo de Alagoas.
Joice Hasselmann perdeu mais de 1 milhão de votos em 4 anos
Ex-aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL), a candidata Joice Hasselmann (PSDB) perdeu mais de um milhão de votos em quatro anos e não conseguiu se reeleger a deputada federal.
Em 2018, a jornalista teve 1.078.666 votos, se tornando a mulher com a maior votação para o cargo na história do país; agora foram 13.679.
José Serra fica como suplente
O ex-candidato a presidente pelo PSDB, José Serra, teve 88.926 votos e ficou como suplente.
Alexandre Frota (PSDB) teve 24.224 votos ao tentar uma cadeira na Alesp neste ano. Em 2018, o candidato carioca era do PSL, o até então partido de Bolsonaro, e teve 152.958 votos. Foi o 17º mais votado na época.
Daniel Silveira não conquista vaga para o Senado
Ex-policial militar, tornou-se conhecido nacionalmente durante a campanha eleitoral de 2018, quando quebrou uma placa feita em homenagem à vereadora Marielle Franco. Ele concorreu com registro de candidatura indeferido com recurso judicial (por isso apareceu como inapto na apuração). Foi eleito deputado federal naquele ano e atuou, na Câmara, sempre em parceria com o governo Bolsonaro. Chegou a ser preso e condenado por ter veiculado um vídeo com ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Optou por concorrer ao Senado pelo PTB, decisão que contrariou segmentos do próprio governismo. Ficou em terceiro lugar na eleição, atrás de Romário (PL) e Alessandro Molon (PSB).
Major Vitor Hugo fica em terceiro em Goiás
Deputado federal em primeiro mandato, chegou a ser líder do governo na Câmara e também do PSL, antes de o partido acabar. Foi candidato ao governo de Goiás lançado por Bolsonaro ao posto ainda no ano passado. “Ele é um cara competente, é inteligente, é trabalhador, entende do assunto, se empenha, busca soluções”, disse o presidente na ocasião.
Sua candidatura, porém, não emplacou, e não ameaçou a reeleição de Ronaldo Caiado (União Brasil). Vitor Hugo, que tem formação militar e é consultor concursado da Câmara dos Deputados, ficou em terceiro lugar, atrás de Caiado e Gustavo Mendanha (Patriota).
Gilson Machado perde vaga no Senado para petista
O ex-ministro do Turismo se consolidou como um nome querido por Bolsonaro em 2021, quando participou de dez lives semanais do presidente da República. Ficou conhecido como “sanfoneiro” pela sua habilidade com a sanfona e por tocar o instrumento tanto nas lives quanto em outros eventos. Antes do Turismo, foi presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, a Embratur. Perdeu a vaga de Pernambuco no Senado para Teresa Leitão (PT).
Fernando Collor fica em terceiro lugar em Alagoas
Senador desde 2007, o ex-presidente da República resolveu correr o risco de disputar uma eleição para o Executivo e ficar sem mandato. Foi apenas o terceiro colocado na corrida local, atrás de Paulo Dantas (MDB) e Rodrigo Cunha (União Brasil). Collor se aproximou de Bolsonaro principalmente ao longo de 2022. Acompanhou o presidente em agendas pelo estado e buscou ser visto como “o candidato de Bolsonaro” em Alagoas.
Roberto Rocha perde para Flávio Dino no Maranhão
Eleito em 2014 ao Senado pelo PSB, Roberto Rocha (PTB) se aproximou, nos últimos anos, do governo Bolsonaro. Foi chamado pelo presidente de “pessoa maravilhosa, excepcional” e o acompanhou em muitas agendas pelo estado. Rocha se candidatou à reeleição para o Senado pelo estado do Maranhão e perdeu a disputa para o ex-governador Flávio Dino (PSB).
Paulo Martins perde para Sergio Moro no Paraná
Jornalista que ganhou notoriedade por comentários de viés conservador, Paulo Martins foi eleito deputado federal em 2018 e para 2022 resolveu dar um “passo maior” com a candidatura ao Senado pelo PL. Seu projeto de eleição para o Senado, porém, esbarrou no nome do ex-juiz Sergio Moro (União), que ganha pela primeira vez em sua carreira de político um cargo eletivo.
Fabrício Queiroz
Fabrício Queiroz (PTB), ex-policial e amigo da família Bolsonaro, somou apenas 6.701 votos e perdeu a disputa pela Alerj (Assembleia Legislativa do Estado Rio de Janeiro).
Com o slogan “Lealdade de verdade”, Queiroz apareceu no material de campanha —com jeito de meme— ao lado de Jair Bolsonaro, seu amigo há mais de 30 anos.
Ex-assessor de Flávio Bolsonaro na própria Alerj, Queiroz foi preso em 2020 durante as investigações do caso das rachadinhas no gabinete do filho 01 do presidente, então deputado estadual. Foragido, foi encontrado em uma casa do advogado Frederick Wassef, que representa o clã Bolsonaro. Ele é suspeito de ligação com a milícia, que controla várias áreas do Rio de Janeiro.
Sergio Camargo
Ex-presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo deixou o cargo no governo Bolsonaro em março para se candidatar a deputado federal por São Paulo.
Camargo —que se envolveu em várias polêmicas ao longo de sua gestão— somou apenas 13.085 votos, ou 0,06%, e não conseguiu se eleger.
Nise Yamagushi
A médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi (Pros) anunciou ainda em dezembro do ano passado a ideia de entrar para a política.
Ela foi investigada na CPI da Covid por um suposto envolvimento com o chamado “gabinete paralelo”, grupo de assessoramento de Bolsonaro.
Nas eleições, e com o apoio do presidente, Nise Yamaguchi registrou 36.690 votos e não conseguiu uma cadeira no Congresso Nacional.
Adrilles Jorge
Comentarista da rádio Jovem Pan, Adrilles Jorge somou 91.485 votos (0,39% do total de votos válidos) em sua aventura na política como candidato a deputado federal. Também não conseguiu se eleger, segundo o boletim de dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Nas redes sociais, ele comemorou mesmo assim os números de sua empreitada.
“Com quase cem mil votos, entro pra célebre galeria dos mais bem votados entre os derrotados pelo sistema proporcional eleitoral. Seguirei falando como papagaio de rendez vous como comunicador e escritor. De todo modo, poeta ganha mesmo no amadurecimento do fracasso.”
Cristina Bolsonaro
Segunda ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Valle (PP) conseguiu apenas 0,09% dos votos válidos no Distrito Federal e não se elegeu deputada distrital.
Ela já havia tentado uma vaga na Câmara dos Vereadores, em 2020, quando perdeu para o enteado Carlos Bolsonaro. Em 2018, também não teve sucesso como deputada federal no Rio, pelo Podemos. Na época, a advogada recebeu 4.555 votos nominais e 7.254.297 votos que foram puxados pelo partido, o que representa 0,06%.
A mãe de Jair Renan, quarto filho do candidato à reeleição à Presidência, protagonizava um embate na família Bolsonaro por causa de outra candidatura, a do irmão da primeira-dama, Eduardo Torres (PL).
Douglas Garcia
Envolvido em uma série de polêmicas, como a confusão com a jornalista Vera Magalhães no fim do debate para governador promovido pelo UOL em parceria com Folha e Cultura, o deputado estadual Douglas Garcia (PL) não atingiu o número de votos para se tornar deputado federal. Foram 24.549 votos.
“Eu quero agradecer às mais de 20 mil pessoas que foram às urnas e depositaram confiança em mim. Esse ano, na expectativa de me tornar deputado federal, não consegui atingir a quantidade necessária de votos”, disse ele, em vídeo.
Antônia Fontenelle
A apresentadora Antônia Fontenelle (Republicanos) também não entrou para o célebre grupo de bolsonaristas que se elegeram para um cargo como parlamentar.
Registrou apenas 30.975 votos, menos do que a ex-sogra Veronica Costa, que teve 31.103 votos.