O colombiano Jaime Henrique Saade Cormane, acusado de estuprar e matar a namorada há 29 anos, deu entrada no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, Região Metropolitana de BH, na tarde desta quarta-feira (3/5). Ele ficou sob custódia da Polícia Federal, até que fosse recebido em uma penitenciária.
Na capital mineira desde ontem, Cormane foi preso em Alagoas, Nordeste do Brasil, na manhã de segunda-feira (1°/5) enquanto voltava do supermercado.
Inicialmente, ele seria recebido pela Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, mas, segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), as "admissões e/ou transferências de presos fazem parte da gestão prisional empregada pelo Depen-MG e fazem parte da rotina administrativa" e que os detalhes não seriam divulgados, por razões de segurança.
Até o início desta tarde, ele ainda aguardava vaga em custódia da Polícia Federal. Após a admissão na unidade prisional, o local foi divulgado.
Entenda
O crime ocorreu em 1994, na cidade de Barranquilla, na Colômbia, quando Nancy Mariana, uma jovem de 18 anos, saiu de casa acompanhada do então namorado, Jaime Saade, e nunca retornou. Ele estuprou a jovem e deu um tiro na cabeça. Nancy morreu depois dois dias no hospital.
Dois anos depois do assassinato, em 1996, Saade foi condenado pela Justiça por homicídio e estupro. A pena seria de 27 anos, em regime fechado. No entanto, o jovem desapareceu sem, aparentemente, deixar rastros. A Interpol, imediatamente, emitiu um mandado internacional contra o condenado, sem sucesso.
Desde então, o pai da jovem, Martín Mestre, buscou pelo assassino da filha. Quase três décadas depois, com 79 anos, o pai finalmente encontrou o assassino de sua filha morando em Belo Horizonte, vivendo com um documento falso, casado e com filhos.
Saade chegou a ser preso na época, utilizando documentos falsos, e ficou na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH, por apenas nove meses. Ele foi libertado depois de receber alvará de soltura com revogação da prisão preventiva, expedido pela Justiça Federal.
Ainda em 2020, um pedido de extradição do governo colombiano foi negado pelo STF. Houve um empate entre os ministros, e, nesses casos, o resultado é favorável ao réu. O pai de Nancy recorreu, e, de forma inédita, o caso foi julgado de novo neste ano pelo tribunal. Desta vez, com decisão favorável à extradição.
Em julho de 2023 o tempo da sentença de Saade se completaria e, caso não fosse localizado e preso, ficaria livre das acusações.