Na última semana, um vazamento de estruturas na Mina do Fernandinho, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), matou peixes, provou quantidade excessiva de partículas em suspensão e gerou uma lama brilhante e escura amontoada nas margens do Rio da Velhas (MG). O Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Rio das Velhas declarou repúdio ao ocorrido.
Hoje (31), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) confirmou que as mudanças e impactos no Córrego Fazenda Velha, na junção com o Rio das Velhas, vieram das estruturas da CSN. A empresa foi autuada por causar poluição/degradação ambiental, também foi determinado que o lançamento desse material, atingindo o corpo d’água, pare. Isto garante, todavia, a segurança das barragens.
A região afetada é extremamente sensível e estratégica para a segurança hídrica da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o Comitê condena o ato, a falta de controle e total ausência de comunicação da empresa para com este colegiado, a sociedade e os órgãos gestores.
As barragens da Mina Fernandinho estão a 17 km do centro de Rio Acima, a 6 km do Rio das Velhas e a aproximadamente 10km da Estação Bela Fama, da Copasa, de onde sai a água que abastece metade dos 5 milhões de habitantes da RMBH.
A captação no Rio das Velhas ocorre a fio d’água, sem reservação. Portanto, qualquer eventual rompimento da barragem que atinja o rio deixará a Grande BH em uma situação grave em relação à segurança hídrica.
O CBH Rio das Velhas também cobra dos órgãos gestores do Estado de Minas Gerais, em especial FEAM (Fundação Estadual do Meio Ambiente) e IGAM (Instituto Mineiro de Gestão das Águas), informações periódicas da real situação da qualidade da água do Córrego Fazenda Velha e do Rio das Velhas, como também da segurança das estruturas de mineração da CSN.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Diogo Finelli