Mesmo com o cenário de queda, especialistas e estudiosos indicam que a biblioteca persistirá. “Não podemos ver a tecnologia como se fosse um instrumento com o objetivo de aniquilar as bibliotecas. Gutemberg e tecnologia estão muito mais próximos do que poderíamos pensar”, defende Luiz Alexandre Solano Rossi, professor de Teologia no Centro Universitário Internacional Uninter.
O professor defende que haverá uma convivência pacífica dos livros impressos com os digitais. “Há espaço para ambos na comunidade de leitores”, alega. A revista americana The Atlantic, por exemplo, sugere que recursos tecnológicos podem ajudar os bibliotecários a atrair mais frequentadores. No Brasil, o Ministério da Cultura (MinC) está selecionando 20 bibliotecas públicas para receber uma ajuda de custo de R$ 100 mil reais com o objetivo de dispor recursos digitais para os leitores.
O termo biblioteca vem do grego e significa “depósito de livros”, mas Solano advoga uma definição mais ampla. “Bibliotecas são como templos que abrigam a memória criativa da humanidade”, diz. Ele acredita que manuscritos mais antigos e, portanto, raros, continuarão a ter seu espaço garantido nas estantes.
Papel facilita o aprendizado
Com o advento dos livros digitais, diversos estudos mostram que o esforço para ler na tela dificulta o aprendizado, conforme artigo publicado pela San Jose State University, em 2014. O jornal Washington Post também publicou, em 2015, que os livros impressos são preferidos pelos leitores, mesmo entre os nativos digitais.
Solano explica que a efetividade da mídia impressa no aprendizado tem relação com a cognição. “A experiência do livro impresso afeta todos os sentidos dos leitores e faz com que a relação entre eles se torne simbiótica, isto é, uma parte do livro fica impregnada no leitor e o livro leva consigo algo do leitor”, diz.