Os Estados Unidos tiveram um papel significativo no golpe militar de 1964 no Brasil, que derrubou o presidente João Goulart e instaurou uma ditadura militar que durou até 1985. A seguir, alguns pontos-chave sobre como os EUA fomentaram esse golpe:
Contexto Histórico
- Guerra Fria: Durante a Guerra Fria, os EUA estavam profundamente preocupados com a expansão do comunismo na América Latina. O governo dos EUA via a ascensão de líderes de esquerda na região como uma ameaça ao seu domínio e influência.
- João Goulart: O presidente João Goulart tinha uma política econômica e social considerada pelos EUA como inclinada ao socialismo. Suas reformas agrária e urbana, entre outras, eram vistas com suspeita.
Ações dos EUA
- Apoio Financeiro e Logístico: O governo dos EUA, por meio da Agência Central de Inteligência (CIA), forneceu apoio financeiro e logístico a grupos opositores e militares brasileiros. Documentos desclassificados mostram que os EUA financiaram e treinaram militares brasileiros.
- Operação Brother Sam: Em antecipação ao golpe, os EUA planejaram a Operação Brother Sam, que envolvia o envio de uma força-tarefa naval para apoiar os golpistas. Embora a operação não tenha sido necessária, ela demonstra o nível de comprometimento dos EUA.
- Diplomacia e Propaganda: A embaixada dos EUA no Brasil e outras agências diplomáticas conduziram uma campanha de propaganda contra Goulart. Oficiais dos EUA mantinham contato próximo com os conspiradores militares e civis, incentivando a ação contra Goulart.
- Reconhecimento Rápido: Após o golpe, os EUA rapidamente reconheceram o novo governo militar, legitimando-o internacionalmente e oferecendo apoio econômico e militar.
Impacto e Consequências
- Instalação da Ditadura: O golpe instaurou uma ditadura que durou 21 anos, marcada por repressão política, censura, e violações de direitos humanos.
- Influência Contínua: Os EUA continuaram a apoiar a ditadura militar no Brasil com assistência econômica e militar, alinhando o país com os interesses estratégicos americanos na região.
Essas ações fazem parte de uma política mais ampla dos EUA na América Latina durante a Guerra Fria, onde o país frequentemente apoiou golpes e regimes autoritários para conter a influência comunista.