O mercado nacional, em especial o varejista, tem estratégias peculiares e bem alinhadas ao poder aquisitivo dos brasileiros. O Mappin, a Ricardo Eletro e a Americanas são um bom extrato do varejo tupiniquim, onde as empresas financiam os consumidores por meio de crediários e cartões de crédito.
A Americanas, neste ano de 2023, apresentou uma notícia desanimadoras aos seus milhares de admiradores e acionistas. A admiração advinha de um “falso sucesso” nos resultados, onde seu desenrolar pode significar o fim da rede.
A rede mineira Ricardo Eletro, grupo que era humanizado pelo imagem do dono — Ricardo Nunes— teve uma ascensão meteórica, comprando outras redes, mas caindo na armadinha do preço baixo.
Mappin
Pesquisa feita por: Amanda Lopes, Adriana Cunha, Maria Antônia, Letícia Viniele e Nicholas Santos.
Sua trajetória em São Paulo teve início em 29 de novembro, no ano de 1913. Na rua 15 de Novembro.
Sua história começa na Inglaterra, no século 19, quando duas tradicionais famílias de comerciantes da cidade de Sheffield inauguraram uma loja bastante sofisticada para a época. A loja seguiu crescendo e posteriormente mudou-se para Londres, de onde iniciariam sua expansão ultramarina, chegando a Buenos Aires logo nos primeiros anos do século 20.
Ao final do ano de 1913, uma loja sofisticada e única surgia em São Paulo. Os irmãos Walter e Hebert Mappin inauguram, na Rua 15 de Novembro, a loja brasileira da Mappin Stores, que chegava para concorrer de frente com a tradicional (Casa Allemã) fundada no século 19 e que estava localizada na Rua Direita.
Inaugurada, a Mappin era um espaço bastante refinado e em sua loja era vendido somente produtos de origem importada, além de serviços como barbearia e salão de chá, que logo tornou-se o principal espaço paulistano de “chá das cinco”.
Mappin — o ponto de encontro
A loja se tornou não somente um paraíso de compras da elite paulistana, como também um dos principais ponto de encontro das damas da cidade, que vinham até o Mappin não apenas para compras, mas para conversar e passar o dia. A loja ficava lotada em todas as suas dependências praticamente durante o dia todo.
Entre as novidades trazidas pela loja a cidade de São Paulo, estavam as vitrines de vidro na fachada. Por mais estranho que isso possa parecer, até a chegada do Mappin não haviam vitrines deste tipo, as pessoas precisavam entrar dentro da loja para observar os produtos à venda. Isso foi uma vantagem inicial muito grande para eles, que logo viram seus concorrentes modificarem suas entradas.
Com o intenso movimento do público e mais produtos chegando a todo momento, a loja se mudou para um novo endereço (praça da Patriarca) onde ficaria pelo menos duas décadas.
No final da década de 20, veio a terrível crise de 1929, que esfriou a economia do mundo todo. A crise também atingiu o Mappin, que com ela e também a crise no mercado de café em virtude da quebra da bolsa de Nova Iorque viu sua clientela de elite reduzir consideravelmente. Para adaptar-se à nova realidade econômica, o Mappin inovou mais uma vez sendo o pioneiro a introduzir etiquetas de preços nas vitrines, atraindo consumidores de camadas mais baixas. Com isso chegaria outra novidade na loja: o crediário.
E desta forma o Mappin ganhou fôlego, retomou o crescimento e pode pensar em sua expansão, para seu novo e suntuoso prédio em art déco na Praça Ramos de Azevedo. A mudança para o endereço ocorreria em 1939.
Alguns anos depois, na segunda metade da década de 40, o Mappin começaria a sentir o peso da aceleração da economia brasileira que atraia novos concorrentes. A rede passou a ter dificuldades a nova realidade econômica da nação e foi vendida, passando a ser controlada pelo advogado e empresário do ramo do café Alberto Alves Filho.
O novo administrador promoveria uma série de mudanças na operação da empresa, como a substituição dos produtos importados pelos nacionais, novas políticas de crediário e de funcionamento da empresa e a mudança da razão social, que a partir de então passou a ser Casa Anglo-Brasileira S/A. O empresário Alberto Alves Filho seguiu inovando a frente do Mappin, deixando a empresa cada vez mais popular e conhecida e, em 1972, abriu o capital da empresa. Ele seguiria no comando do Mappin até falecer em 1982.
Mappin — a empresa do ano 1983
Mesmo com o falecimento do empresário o Mappin não parava de crescer. Em 1983 foi considerada a empresa do ano e em 1984 uma pesquisa realizada pelo Instituto Gallup apontou que 97% dos paulistanos conheciam a empresa e que 67% deles já haviam comprado em alguma de suas lojas. A expansão seguiria adquirindo concorrentes, em 1991 o Mappin comprou 5 lojas da Sears e foi, talvez, a partir deste momento que o grupo começou a ficar muito maior do que deveria.
Em 1995 o Mappin anunciou o maior prejuízo de sua história, em quase 20 milhões de reais. O prejuízo foi deixando a empresa cada vez mais em dificuldade, levando aos rumores de que a herdeira e empresária Cosette Alves estaria preparando a venda da companhia. Ela resistiu e por muito tempo foi contrária a ideia da venda, até ser convencida pelo empresário Ricardo Mansur.
Em 1996 Mansur compra o Mappin por 25 milhões de reais, e promete novo fôlego para a empresa. Uma de suas ideias era transformar o Mappin em uma rede de franquias e abrir pelo menos 40 novas lojas espalhadas pelo Brasil.
Entretanto nenhuma das ideias deu certo e logo o Mappin estaria em crise novamente, desta vez muito mais profunda, o que levou a rede em 1999 a acumular 300 pedidos de falência na praça, além de uma dívida de 1.2 bilhão de reais. Neste ano, 86 anos depois de sua fundação, o Mappin encerraria suas atividades, deixando para trás funcionários, fregueses e uma bela história construída em São Paulo através de décadas e décadas do século 20.
Pontos fortes e fracos da Mappin:
Reinvenção: o Mappin se reinventou várias vezes inicialmente como uma loja de produtos importados e serviços, atendendo apenas mercado de luxo. Após a crise, a empresa passou a vender produtos nacionais e se popularizou.
Inovação: O Mappin foi responsável por inovações como as vitrines e a exposição dos preços e a criação do pagamento parcelado (crediário).
Construção de marca: As campanhas publicitárias com certeza foram muito boas. 20 anos após a falência, as pessoas ainda lembram do Jingle e reconhecem a identidade visual da marca.
Vendas e sucessões: A empresa passou por uma série de trocas na sua administração. A grande maioria conseguiu alavancar os negócios, especialmente após o falecimento de Alberto Alves Filho, a empresa começou a colecionar dívidas e depois sofreu ainda com uma gestão fraudenta.
Claramente a má gestão foi um dos fatores que levaram a falência da empresa, juntamente com a incapacidade de lidar com tantos fornecedores.
Quadro societário da Mappin
- Alfred Sim 1939-1950
- Alberto Alves Filho 1950-1982
- Sônia Cosette Domit Alves 1982-1996
- Ricardo Mansur 1996-1999
- Nasser Fares 2019
Os principais produtos comercializados pela Mappin
Os produtos mais vendidos eram roupas, eletrodomésticos, móveis, brinquedos e etc.
Os produtos eram separados por, andares do prédio, interligados por elevadores.
Campanha de marketing famosa
Campanha de televisão aberta (algo que empresas como a Americanas não possuem. Pois, a mesma apresenta essas campanhas na internet);
Panfletos na parte externa da loja;
Propaganda/publicidade: “Mappin, venha correndo, Mappin. Chegou a hora, Mappin, é a liquidação.”
Falência da Mappin
Em 1995, Mappin anunciou o maior prejuízo da sua história, em quase 20 milhões de reais. O prejuízo foi deixando a empresa cada vez mais em dificuldade, levando aos rumores de que a herdeira e empresária Cosette Alves, estaria preparando a venda da companhia. Ela resistiu e por muito tempo foi contra a ideia da venda, até ser convencida pelo empresário Ricardo Mansur. Em 1996 Mansur compra o Mappin por 25 milhões de reais, e promete novo fôlego para a empresa. Uma de suas ideias era transformar o Mappin em uma rede de franquias e abrir pelo menos 40 novas lojas espalhadas pelo Brasil. Entretanto, nenhuma das ideias deu certo e logo o Mappin estaria em crise novamente, só que desta vez muito mais profunda. Essa crise levou a rede em1999 a acumular 300 pedidos de falência na praça, além de uma dívida de 1.2 bilhões de reais. Neste ano, 86 anos depois de sua fundação, o Mappin encerraria suas atividades, deixando para trás, funcionários, fregueses e uma bela história construída em São Paulo através de décadas e décadas do século 20.
Ricardo Eletro
Pesquisa feita pelos alunos: Taine Aparecida dos Santos, Darielle Carvalho, Uiliam Henrique, Jaqueline.
Ricardo Nunes, um empreendedor nato, que começou vendendo mexericas, construiu um grande império. Em 1989, com 18 anos, começou sua história no empreendedorismo, no mercado trazendo em si a ambição, inteligência e astúcia. É também o ano que ele abre sua primeira loja em Divinópolis, tendo apenas 20 metros quadrados e vendendo pelúcias e aparelhos eletrônicos.
Após dado o primeiro passo de abrir a loja, foi acrescentado eletrodomésticos, o que se tornou seu ponto forte e o tornou a 2° maior varejista de eletrodomésticos do país, ficando atrás apenas do Grupo Pão de Açúcar. Seu maior foco foi cobrir qualquer oferta do país.
Ricardo compra a rede Lojas Mig em 2007, abrindo então, suas primeiras lojas fora de Minas Gerais — agora estava também em São Paulo e Goiás.
Com o negócio crescendo cada vez mais, e de forma abrupta, a Ricardo eletro se junta a Insinuante e forma o grupo máquina de vendas, em 2016 a empresa anuncia que faria uma fusão de todas as empresas em uma só Ricardo Eletro.
E apesar de muito sucesso e inúmeras vendas o surpreendente em 2018 acontece ano que os problemas tiveram início, à máquina de vendas vendo seu faturamento cair a metade do que já avisa registrado no seu auge.
As fusões que estavam sendo realizadas não deram o resultado. Desde 2015 a 2018, foram fechadas as mais de 600 lojas.
Em 2019, com dívidas na ordem de R$2,5 bilhões, a empresa entrou em recuperação extrajudicial, renegociado dívidas com seus credores.
Após deixar a presidência em 2015, Ricardo vende sua parte para Pedro Biachi. Em julho de 2020, Ricardo Nunes foi preso no âmbito de uma operação de combate à sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em Minas Gerais.
Com isso a empresa fecha suas 300 lojas físicas em 17 estados e cerca de 3.600 funcionários foram demitidos.
A máquina de vendas planeja fazer o relançamento de suas operações, com nova logomarca e campanha, apostando no avançado da geração via marketplace e mirando em voltar ao varejo físico em 2023.
Lojas Americanas
A companhia é detentora de 15 marcas de sucesso, entre as principais estão aquelas que carregam o nome da empresa: Americanas.com, Lojas Americanas, Americanas Empresas e Americanas Express.
Marcas da empresa
- Lojas Americanas
- Americanas.com
- Americanas Empresas
- Americanas Express
- Local
- Digital
- AME
- AME GO
- LET’S
- +AQUI
- Submarino
- Shoptime
- Vem Conveniência
- Grupo Uni.co
- Hortifruti Natural da Terra (HNT)