Nascida em 26 de novembro de 1964, Marina Aparecida Braga Oliveira é natural de Capinópolis, no estado de Minas Gerais. É filha de João Divino Braga e Catarina Ferreira Braga. Tem como irmãos Luzia Aparecida Braga e Antônio José Braga.
Residiu na zona rural do Córrego do Queixada, na região de Capinópolis, até os 7 anos de idade.
No início da década de 70, mais precisamente em 1973, o sr João e a esposa Catarina tomaram a decisão de mudar para a cidade de Capinópolis, visando garantir educação formal para as filhas Marina e Luzia — o filho Antônio ainda não havia nascido.
A mudança para a cidade trouxe dias difíceis — escassez de alimentos e de trabalho. O sr João, que sempre atuou como lavrador, assistiu assustado aos avanços da tecnologia, que minava o trabalho na zona rural.
Dona Catarina, mulher forte e destemida, tornou-se lavadeira de roupas, e prestava serviço à algumas famílias, ajudando no sustento familiar. Por vezes, não comia na casa das patroas, pois sabia que em casa os filhos estavam sem nenhum alimento. Com o tempo, dona Catarina teve a carteira profissional registrada como lavadeira no Hospital Nossa Senhora das Vitórias em Capinópolis — trabalhou na instituição até aposentar-se por invalidez cardíaca.
Marina tornou-se mãe muito jovem, aos 17 anos de idade. O filho, que recebeu o nome de Paulo Braga, a motivou a continuar estudando, visionando um futuro melhor que os pais tiveram. Mesmo em um momento social conservador, teve o apoio incondicional dos pais.
Em 1984, foi convidada para dar aulas na Escola Municipal Baixadinha, na zona rural de Capinópolis. Morava com famílias na localidade, e voltava para casa quinzenalmente. Marina ressalta que foi um dos momentos mais difíceis de sua vida, mas nunca pensou em desistir.
Em 1985, casou-se com Divino Eterno Silva Oliveira, e teve mais dois filhos — Lucas César Oliveira e Thiago Divino de Oliveira.
Atuou como professora na Escola de Ensino Especial, e em 1992, prestou concurso público na gestão do ex-prefeito Cândido Antônio Vaz.
Ficou abalada com a morte do pai em 1997.
Prestou serviços à educação infantil por 20 anos na Escola Municipal Branca de Neve. Marina ressalta o orgulho de ter ensinado muitos médicos, açougueiros, vereadores, homens e mulheres honrados a escrever seu primeiro nome. Tem paixão e prazer em dizer que ensinou as primeiras letras a grandes empresários.
No ano 2000, viu que era necessário voltar a estudar. Prestou vestibular para História na UEMG em Ituiutaba, sendo aprovada em 6º lugar. Seu trabalho de conclusão de curso, que obteve a maior nota entre os colegas, fez um retrato do povo nordestino, que migrou-se para a região entre as décadas de 1940 e 1960. Concluiu a faculdade em 2005, momento turbulento devido à saúde frágil da mãe Catarina.
Em 2006, dona Catarina faleceu. Marina a considerava uma rainha.
Ainda em 2006, além da Escola Municipal Branca de Neve, também atuava na Escola Higino Guerra e contraturno. Os desafios também surgiram e foram superados.
O dia 1º de Janeiro marcou sua vida, pois foi vítima de três infartos seguidos. Marina contava 44 anos de idade e quase foi a óbito.
Recuperada, voltou a estudar, se especializando na faculdade Barão de Mauá, com excelentes notas.
Aposentou-se da profissão de professora em 2015. Marina relembra que foi uma sensação inexplicável, e afirma que os ciclos da vida devem ser respeitados.
O filho Paulo Braga buscou formação como jornalista, é bacharel em Administração, e pós graduado em Jornalismo Digital, Comunicação e conta com MBA e Administração — tem três filhos. Lucas César Oliveira é engenheiro civil e supervisor na empresa Ambev de Uberlândia — é pai de uma filha. Thiago Divino de Oliveira tem formação técnica em Eletricidade Industrial — é pai de dois filhos.
“Continuo vendo as fases da vida como uma cartilha, ao qual escrevo uma página a cada dia. A vida não tem uma receita. Você é quem escreve as páginas a cada amanhecer. Durante toda minha carreira dedicada à educação, fui guiada pela convicção de que o conhecimento é a luz que ilumina o caminho dos aprendizes. Receber este título de honra ao mérito é mais do que uma homenagem pessoal; é o reconhecimento de uma vida dedicada à construção de pontes entre o saber e o coração dos meus alunos. A aposentadoria pode encerrar um capítulo, mas a missão de inspirar mentes continua, agora, como legado na trilha do saber.”
”, disse Marina Aparecida Braga.