O mateiral abaixo, incluindo a produção do documentário, está baseada na obra de Pedro Popó, denominada “O Monstro de Capinópolis”. Assista:
ORLANDO SABINO
Horror, mortes e muito medo. Essa é a lembrança de nossos avós, tios e amigos que viveram no Triângulo Mineiro no início da década de 70, todos, sem exceção, mencionam o terror que Orlando Sabino, o “monstro” de Capinópolis levou a população.
Homens, mulheres e animais sendo mortos com requintes de crueldade e nenhuma pista do assassino.
Segundo relatos, foram mais de 12 pessoas e aproximadamente 19 bezerros, todos mortos barbaramente desde Patrocínio-Mg., à Capinópolis-Mg.
O primeiro crime atribuído a Orlando Sabino Camargo ocorreu no dia 08 de Outubro de 1971, quando uma escola no município de Araxá (MG) foi invadida. O invasor queimou livros, furtou alimentos como leite em pó, café e açúcar.
Dias depois, um fazendeiro da região, em uma propriedade não muito longe da escola, ora invadira, deu falta de um facão, uma faca, um cobertor, uma rede de descanso e uma blusa que a esposa havia estendido no varal.
Naquela época, muitos desconhecidos passavam por Araxá e dormiam em baixo de árvores, casébres abandonados, paióis ou pediam pouso nas fazendas. Para espanto da população, nenhum desconhecido foi encontrado vagando pelas estradas ou foi avistado – começava ali o mito do ‘homem mau’, que tinha o poder de ficar invisível.
No dia 02 de dezembro de 1971, o primeiro assassinato cometido por Orlando Sabino ocorreu em Patrocínio (MG). Um fazendeiro identificado como João Brás Ribeiro, foi morto após intensa luta corporal com o algoz, mas nenhum vizinho ouviu barulhos ou gritos. João Brás acordava cedo para cuidar dos animais da fazenda e retirar leite e foi encontrado com perfurações no tórax, cortes no rosto e nas costas. Após uma intensa investigação, a polícia constatou que o assassinou fugiu sem deixar rastros.
No dia 28 de dezembro de 1971, um aposentado identificado como Joaquim Lopes da Silva, foi morto na zona rural de Coromandel com golpes de faca e foice. Após matar o idoso, o assassinou furou uma lata de óleo de soja com a faca ainda suja de sangue e preparou uma refeição composta de ovo, arroz e farinha. O assassino comeu a refeição de forma apressada e fugiu pisando na poça de sangue da vítima.
Muitos diziam que Orlando Sabino havia feito um pacto com o demônio, o que lhe garantia o poder de camuflar entre pedras e cupins no pasto ou até mesmo de andar na velocidade do vento, o que explicaria o motivo dos assassinatos que aconteciam quase ao mesmo tempo em lugares distintos.
O “monstro de Capinópolis” ganhou fama por matar inocentes, devorar carne crua de galinha, roubar café e açúcar – muitos afirmavam que ele tinha chifres, soltava fogo pelas ventas, andava de fasto e que era encantado, já que teria o poder de ficar invisível e de se transformar em qualquer objeto. Até uma música foi escrita e gravada por uma dupla sertaneja e curandeiros de várias partes do país chegavam à Capinópolis. Um dos curandeiros dizia que Orlando Sabino tinha um pacto com o diabo e só seria pego dentro da água, onde não tinha proteção do “mal”.
Um jornal de Uberlândia chegou a noticiar um falso acontecimento, onde o “monstro” havia chegado à Catalão (GO) e assassinado três pessoas. As fake news já existiam há muito tempo e eram espalhadas pelos jornais impressos.
Manoel Pereira Duarte era morador da zona rural de Capinópolis e recebeu a visita de um homem franzino, pequeno, sujo, com um saco nas costas – o homem pedia comida. Manoel não reconheceu Orlando Sabino no primeiro instante, mas logo se deu conta que se tratava do “monstro” – teve vontade de correr, mas viu que o Orlando Sabino estava desarmado e resolveu alimentá-lo com arroz, feijão e um pedaço de carne. A versão de Manoel Duarte foi confirmada pelo próprio Orlando Sabino.
O maior telejornal do país na época, o jornal Nacional da tv Globo noticiava os feitos criminosos de Orlando na região na voz dramática do locutor, aumentando ainda mais o pavor na cidade e na zona rural.
Mas o que muitos não sabem é que a Tv Globo era simpatizante do regime militar que comandava o Brasil e mascarava as atividades da ditadura em sua programação, já que a concessão da emissora foi cedida durante este período e poderia ser indeferida caso algo que não agradasse ao governo fosse publicado, o que leva a crer que o papel da Globo naquele momento era desviar a atenção do povo para o “monstro”.
Na época, até um helicóptero auxiliava na caçada à Orlando Sabino. Muito acreditavam que tamanho aparato buscava pessoas contrárias ao regime militar da época.
A base de operações foi estabelecida em Capinópolis – na sede da antiga Agroceres – e o prefeito Iolando Ângelo foi avisado que a prefeitura da cidade teria de arcar com toda a despesa de hospedagem e alimentação das tropas – cabe ressaltar que a receita de prefeitura mal dava para a folha de pagamento dos funcionários públicos. Iolando reuniu-se com donos de comércios, sindicato Rural, Câmara de Vereadores e assumiu a despesa. Janeir Parreira de Lima, vereador à época e braço direito do prefeito de Capinópolis, ficou responsável pela burocracia.
Janeir relatou ao jornalista Pedro Popó que não se conformava com o tamanho do aparato policial que o governo Estadual enviou à Capinópolis para caçar um homem franzino e que estaria debilitado. “Vieram o alto escalão da Polícia Militar, o chefe do Dops e a cidade foi invadida por quem morava na zona rural”, disse Janeir em trecho do livro “O monstro de Capinópolis”.
Dois suspeitos chegaram a ser presos na época – um homem com deficiência mental que vaga pela zona rural e um paraguaio de 30 anos que vagava pela zona rural em busca de trabalho na roça. O delegado do Dops, Thacir Menezes Sia, confirmou a prisão do paraguaio e informou que o homem seria levado à Belo Horizonte para ser interrogado – depois de um tempo, ficou pública a notícia de que o paraguaio Geraldo Martins Herrera tinha curso superior e era formado pela Academia Militar do Paraguai.
Um experiente jornalista de Uberaba, Joaquim Borges, fazia uma investigação paralela e chegou a conclusão de que o Exército e o Dops tinham uma operação em andamento na região e não era na busca de Orlando Sabino, mas sim, de guerrilheiros com ligações comunistas.
O Dops procurava focos de resistência ao regime militar na rica região do Pontal do Triângulo Mineiro.
Exames de balística comprovam que em alguns corpos e carcaças de animais foram encontrados projéteis que eram de uso exclusivo das forças armadas do Brasil.
Trabalhadores rurais deram conta de que o andarilho Orlando Sabino estava próximo ao Rio Tejuco, já na região de Ipiaçu (MG) – todo o aparato foi destinado ao local, com aviões particulares e do Estado, um helicóptero da Cia Energética de Minas Gerais (CEMIG), carros, caminhonetes e caminhões.
Orlando Sabino estava em uma canoa, pronto para atravessar para o rio – pulou na água foi perseguido por um oficial, que o arrastou para a margem do rio. O “monstro de Capinópolis” aparentava estar doente, assustado e muito cansado, mesmo assim, tentou lutar com um policial, mas debilitado, foi rendido e preso pela equipe do tenente Agripino.
O curandeiro, mencionado em linhas anteriores, estava certo, o “mostro” só foi pego dentro da água, onde não tinha proteção.
Não foram encontradas nenhuma arma com Orlando Sabino, que foi colocado no centro de uma roda de oficiais em um estado de pena – tinha evacuado na calça e estava molhado e muito sujo.
Orlando Sabino foi levado para a cadeia de Capinópolis e a população, muito eufórica, pedia por um linchamento público. Armas foram disparadas para o alto, como em um filme de velho oeste.
Orlando Sabino foi visto como um farrapo humano, preto, dentes cariados, cabelo crespo e espetado.
Orlando Sabino, negro, 30 anos, foi exibido ao público na cadeia pública de Capinópolis, onde se formou uma grande fila para vê-lo. Algum tempo depois, Orlando foi levado ao batalhão da polícia na cidade de Uberaba, aproximadamente a 260 km de Capinópolis, onde foi interrogado por dois dias e segundo as autoridades, confessou todos os crimes.
Os militares divulgaram parte da confissão de Orlando Sabino, que alegou matar por vingança, pois quando era menino foi juntamente com o pai cobrar uma dívivida de um fazendeiro e foram recebidos a tiros; uma das balas matou seu pai.
Médicos que examinaram o “monstro” disseram que ele sofria de esquizofrenia, o que explicaria seu comportamento assassino.
Mitos, que de tanto serem lembrados e comentados se tornaram reais, mascarando a negra atividade do regime militar, o verdadeiro “monstro”, mas que a população não enxergava como um perfil de negro, franzino, barba rala e muito cruel.
Uma história que divide opiniões entre os que querem crer no mito, no monstro, no “fantasma” e os que creem que Orlando Sabino era um homem com distúrbios mentais e foi “usado” pelo regime militar para encobrir os crimes da ditadura.
Um dos maiores ícones populares do Triângulo Mineiro, “Orlando Sabino”, chegou a ser tema de música caipira, gravada pela dupla sertaneja “Coelho e Libeirinho”.
Colabore, faça como vários leitores, envie seus relatos e lembranças dos acontecimentos. Ajude a imortalizar a cultura e a memória de um povo.
ORLANDO SABINO
Horror, mortes e muito medo. Essa é a lembrança de nossos avós, tios e amigos que viveram no Triângulo Mineiro no início da década de 70, todos, sem exceção, mencionam o terror que Orlando Sabino, o “monstro” de Capinópolis levou a população.
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Homens, mulheres e animais sendo mortos com requintes de crueldade e nenhuma pista do assassino.
Segundo relatos, foram mais de 12 pessoas e aproximadamente 19 bezerros, todos mortos barbaramente desde Patrocínio-Mg., à Capinópolis-Mg.
O primeiro crime atribuído a Orlando Sabino Camargo ocorreu no dia 08 de Outubro de 1971, quando uma escola no município de Araxá (MG) foi invadida. O invasor queimou livros, furtou alimentos como leite em pó, café e açúcar.
Dias depois, um fazendeiro da região, em uma propriedade não muito longe da escola, ora invadira, deu falta de um facão, uma faca, um cobertor, uma rede de descanso e uma blusa que a esposa havia estendido no varal.
Naquela época, muitos desconhecidos passavam por Araxá e dormiam em baixo de árvores, casébres abandonados, paióis ou pediam pouso nas fazendas. Para espanto da população, nenhum desconhecido foi encontrado vagando pelas estradas ou foi avistado – começava ali o mito do ‘homem mau’, que tinha o poder de ficar invisível.
No dia 02 de dezembro de 1971, o primeiro assassinato cometido por Orlando Sabino ocorreu em Patrocínio (MG). Um fazendeiro identificado como João Brás Ribeiro, foi morto após intensa luta corporal com o algoz, mas nenhum vizinho ouviu barulhos ou gritos. João Brás acordava cedo para cuidar dos animais da fazenda e retirar leite e foi encontrado com perfurações no tórax, cortes no rosto e nas costas. Após uma intensa investigação, a polícia constatou que o assassinou fugiu sem deixar rastros.
No dia 28 de dezembro de 1971, um aposentado identificado como Joaquim Lopes da Silva, foi morto na zona rural de Coromandel com golpes de faca e foice. Após matar o idoso, o assassinou furou uma lata de óleo de soja com a faca ainda suja de sangue e preparou uma refeição composta de ovo, arroz e farinha. O assassino comeu a refeição de forma apressada e fugiu pisando na poça de sangue da vítima.
Muitos diziam que Orlando Sabino havia feito um pacto com o demônio, o que lhe garantia o poder de camuflar entre pedras e cupins no pasto ou até mesmo de andar na velocidade do vento, o que explicaria o motivo dos assassinatos que aconteciam quase ao mesmo tempo em lugares distintos.
O “monstro de Capinópolis” ganhou fama por matar inocentes, devorar carne crua de galinha, roubar café e açúcar – muitos afirmavam que ele tinha chifres, soltava fogo pelas ventas, andava de fasto e que era encantado, já que teria o poder de ficar invisível e de se transformar em qualquer objeto. Até uma música foi escrita e gravada por uma dupla sertaneja e curandeiros de várias partes do país chegavam à Capinópolis. Um dos curandeiros dizia que Orlando Sabino tinha um pacto com o diabo e só seria pego dentro da água, onde não tinha proteção do “mal”.
Um jornal de Uberlândia chegou a noticiar um falso acontecimento, onde o “monstro” havia chegado à Catalão (GO) e assassinado três pessoas. As fake news já existiam há muito tempo e eram espalhadas pelos jornais impressos.
Manoel Pereira Duarte era morador da zona rural de Capinópolis e recebeu a visita de um homem franzino, pequeno, sujo, com um saco nas costas – o homem pedia comida. Manoel não reconheceu Orlando Sabino no primeiro instante, mas logo se deu conta que se tratava do “monstro” – teve vontade de correr, mas viu que o Orlando Sabino estava desarmado e resolveu alimentá-lo com arroz, feijão e um pedaço de carne. A versão de Manoel Duarte foi confirmada pelo próprio Orlando Sabino.
O maior telejornal do país na época, o jornal Nacional da tv Globo noticiava os feitos criminosos de Orlando na região na voz dramática do locutor, aumentando ainda mais o pavor na cidade e na zona rural.
Mas o que muitos não sabem é que a Tv Globo era simpatizante do regime militar que comandava o Brasil e mascarava as atividades da ditadura em sua programação, já que a concessão da emissora foi cedida durante este período e poderia ser indeferida caso algo que não agradasse ao governo fosse publicado, o que leva a crer que o papel da Globo naquele momento era desviar a atenção do povo para o “monstro”.
Na época, até um helicóptero auxiliava na caçada à Orlando Sabino. Muito acreditavam que tamanho aparato buscava pessoas contrárias ao regime militar da época.
A base de operações foi estabelecida em Capinópolis – na sede da antiga Agroceres – e o prefeito Iolando Ângelo foi avisado que a prefeitura da cidade teria de arcar com toda a despesa de hospedagem e alimentação das tropas – cabe ressaltar que a receita de prefeitura mal dava para a folha de pagamento dos funcionários públicos. Iolando reuniu-se com donos de comércios, sindicato Rural, Câmara de Vereadores e assumiu a despesa. Janeir Parreira de Lima, vereador à época e braço direito do prefeito de Capinópolis, ficou responsável pela burocracia.
Janeir relatou ao jornalista Pedro Popó que não se conformava com o tamanho do aparato policial que o governo Estadual enviou à Capinópolis para caçar um homem franzino e que estaria debilitado. “Vieram o alto escalão da Polícia Militar, o chefe do Dops e a cidade foi invadida por quem morava na zona rural”, disse Janeir em trecho do livro “O monstro de Capinópolis”.
Dois suspeitos chegaram a ser presos na época – um homem com deficiência mental que vaga pela zona rural e um paraguaio de 30 anos que vagava pela zona rural em busca de trabalho na roça. O delegado do Dops, Thacir Menezes Sia, confirmou a prisão do paraguaio e informou que o homem seria levado à Belo Horizonte para ser interrogado – depois de um tempo, ficou pública a notícia de que o paraguaio Geraldo Martins Herrera tinha curso superior e era formado pela Academia Militar do Paraguai.
Um experiente jornalista de Uberaba, Joaquim Borges, fazia uma investigação paralela e chegou a conclusão de que o Exército e o Dops tinham uma operação em andamento na região e não era na busca de Orlando Sabino, mas sim, de guerrilheiros com ligações comunistas.
O Dops procurava focos de resistência ao regime militar na rica região do Pontal do Triângulo Mineiro.
Exames de balística comprovam que em alguns corpos e carcaças de animais foram encontrados projéteis que eram de uso exclusivo das forças armadas do Brasil.
Trabalhadores rurais deram conta de que o andarilho Orlando Sabino estava próximo ao Rio Tejuco, já na região de Ipiaçu (MG) – todo o aparato foi destinado ao local, com aviões particulares e do Estado, um helicóptero da Cia Energética de Minas Gerais (CEMIG), carros, caminhonetes e caminhões.
Orlando Sabino estava em uma canoa, pronto para atravessar para o rio – pulou na água foi perseguido por um oficial, que o arrastou para a margem do rio. O “monstro de Capinópolis” aparentava estar doente, assustado e muito cansado, mesmo assim, tentou lutar com um policial, mas debilitado, foi rendido e preso pela equipe do tenente Agripino.
O curandeiro, mencionado em linhas anteriores, estava certo, o “mostro” só foi pego dentro da água, onde não tinha proteção.
Não foram encontradas nenhuma arma com Orlando Sabino, que foi colocado no centro de uma roda de oficiais em um estado de pena – tinha evacuado na calça e estava molhado e muito sujo.
Orlando Sabino foi levado para a cadeia de Capinópolis e a população, muito eufórica, pedia por um linchamento público. Armas foram disparadas para o alto, como em um filme de velho oeste.
Orlando Sabino foi visto como um farrapo humano, preto, dentes cariados, cabelo crespo e espetado.
Orlando Sabino, negro, 30 anos, foi exibido ao público na cadeia pública de Capinópolis, onde se formou uma grande fila para vê-lo. Algum tempo depois, Orlando foi levado ao batalhão da polícia na cidade de Uberaba, aproximadamente a 260 km de Capinópolis, onde foi interrogado por dois dias e segundo as autoridades, confessou todos os crimes.
Os militares divulgaram parte da confissão de Orlando Sabino, que alegou matar por vingança, pois quando era menino foi juntamente com o pai cobrar uma dívivida de um fazendeiro e foram recebidos a tiros; uma das balas matou seu pai.
Médicos que examinaram o “monstro” disseram que ele sofria de esquizofrenia, o que explicaria seu comportamento assassino.
Mitos, que de tanto serem lembrados e comentados se tornaram reais, mascarando a negra atividade do regime militar, o verdadeiro “monstro”, mas que a população não enxergava como um perfil de negro, franzino, barba rala e muito cruel.
Uma história que divide opiniões entre os que querem crer no mito, no monstro, no “fantasma” e os que creem que Orlando Sabino era um homem com distúrbios mentais e foi “usado” pelo regime militar para encobrir os crimes da ditadura.
Um dos maiores ícones populares do Triângulo Mineiro, “Orlando Sabino”, chegou a ser tema de música caipira, gravada pela dupla sertaneja “Coelho e Libeirinho”.
Colabore, faça como vários leitores, envie seus relatos e lembranças dos acontecimentos. Ajude a imortalizar a cultura e a memória de um povo.