O corpo do empresário Adriano Costa Vale, de 37 anos, chegou nesta manhã ao Cemitério da Saudade, em Belo Horizonte, e será sepultado às 13h. A Polícia Militar (PM), familiares e amigos acompanham a despedida da família à vítima. Vale foi morto ao ter o carro metralhado, na manhã dessa segunda-feira (26), enquanto saía de casa na rua São Leopoldo, no bairro Santa Cruz, região Nordeste da capital.
Saiba mais sobre a execução
A semelhança no modus operandi faz a morte do empresário Adriano Costa Vale fuzilado nesta com cerca de 50 tiros enquanto saía de casa lembra o assassinato do advogado Jayme Eulálio de Oliveira, em 2013, no bairro Castelo. Segundo uma fonte ligada à Polícia Civil, a suspeita é de que o autor do crime seja um homem condenado pelo assassinato de Oliveira, que foi solto em dezembro do ano passado.
Empresário do ramo de transportes de carros rebocados, Vale estaria saindo de casa para o trabalho, por volta de 9h, quando foi fechado por um EcoSport branco clonado, segundo a Polícia Militar. Um homem desceu do carro e atirou, enquanto outro suspeito continuou no veículo. Não houve anúncio de assalto, apenas a execução. Vale foi alvejado com dezenas de disparos de um fuzil 762 9 mm e de uma pistola 380 calibre .45, armas consideradas de alta capacidade. A avó dele, de 83 anos, estava sentada no banco do passageiro e teve apenas algumas escoriações provocadas por estilhaços. Ela foi levada ao Hospital de Pronto Socorro João XXIII, mas retornou pouco tempo depois em estado de choque.
A vítima teria envolvimento com o tráfico de drogas e seria um desafeto do suspeito, que segundo a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) saiu da Penitenciária Nelson Hungria no dia 30 de dezembro do ano passado. Um investigador da Polícia Civil contou à reportagem que o armamento é uma característica da gangue do suspeito. A delegada Alice Batello não entrou em detalhes sobre o criminoso, mas disse que uma das linhas de investigação é a disputa de território no bairro Santa Cruz. As gangues agiriam no tráfico de drogas e no roubo de carros. Ainda não é possível informar para não comprometer as investigações. A vítima, segundo a Polícia Civil, tem passagens por furto e roubo de veículos.
Oficialmente, a Polícia Civil não confirmou a autoria do crime. O major Luciano Magalhães Chaves, comandante da 22ª Companhia da Polícia Militar, se limitou a dizer que os suspeitos do crime já foram identificados e estão sendo procurados pelas autoridades. “Eles estavam encapuzados. O que temos é uma câmera que pegou parte da ação. A autoria está confirmada, sabemos quem é, mas temos que continuar nosso levantamento”, afirmou.
Ainda segundo o comandante, Vale já estava ameaçado de morte. “São várias as informações e estamos trabalhando separadamente. Ele já estava sendo jurado, segundo a família, tanto que estava rodando em um veículo blindado”, afirmou.
Relembre o caso. O advogado Jayme Eulálio de Oliveira foi morto em 2013, quando chegava em casa, no bairro Castelo, na Pampulha. Foram feitos 30 tiros de fuzil e de pistola contra o carro dele, um Fusion também blindado. As investigações apontaram que a vítima foi morta por vingança, porque ele teria cobrado R$ 100 mil para evitar que membros de uma quadrilha da região Norte de BH fossem presos. Só que os bandidos foram detidos mesmo assim, e ele se recusou a devolver o dinheiro. Seis pessoas foram indiciadas – quatro seguem presas e uma fugiu.