Mais um mistério envolve a morte de Lorenza Maria Silva de Pinho, de 41 anos, mulher do promotor André Luis Garcia de Pinho, de 52. Conforme o inquérito que O TEMPO obteve com exclusividade, o corpo da mulher chegou ao Instituto Médico-Legal (IML) quase sem sangue, ou seja, o líquido pode ter sido extraído.
A situação atípica levantou suspeita no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que enviou uma série de questionamentos para um dos peritos do Instituto. Lorenza foi morta no dia 2 de abril, e André de Pinho está preso acusado de feminicídio.
A Procuradoria-Geral de Justiça perguntou se as marcas de agulhadas (punção de vasos periféricos) achadas no pé esquerdo e no tornozelo direito da vítima poderiam ter sido usadas para a retirada do sangue (exsanguinação).
O médico-legista responde que “não tinha elementos para afirmar ou negar”. Depois, os investigadores questionaram se o perito tinha uma explicação técnica “para a pouca quantidade de sangue que não foi retirada.”, e ele novamente responde da mesma forma.
Ou seja, não havia lesões no corpo da mulher que justificassem uma grande perda de sangue. Assim, a hipótese de extração anormal de sangue seria a mais forte.
Embriagada e incapaz de se defender
Uma fonte ligada às investigações disse que a quantidade perdida foi grande. “Ela chegou sem sangue”, disse. O valor exato não foi informado, mas o MPMG perguntou se era possível saber as quantidades de álcool e remédios ingeridos por Lorenza.
O legista, então, explicou que havia 10 ml de sangue no coração, e foi feita uma drenagem no baço. A concentração de álcool achada foi de 27,5 dg/l – ela estava bêbada e sem capacidade de reação.