A mediana (leia o que é no fim do texto) das idades das pessoas que foram internadas no Brasil por conta de complicações da Covid-19 ficou pela primeira vez, desde o início da pandemia, em março de 2020, abaixo dos 60 anos. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (21) pelo Boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A estatística aponta que as internações no país estão se dando em maior número entre as pessoas mais jovens do que em idosos.
A análise comparou a Semana Epidemiológica 1 (SE1), compreendida entre os dias 3 a 9 de janeiro de 2021 com a Semana epidemiológica 18 (SE18), compreendida entre os dias 2 a 8 de maio, e verificou que a mediana da idade das internações foi de 66 anos na SE 1 para 55 anos na SE 18. Já a mediana de idade de internações em UTI foi de 68 anos na SE 1 para 58 anos na SE 18.
Especialistas alertam que os dados mostram que em 2021, as internações por Covid-19 estão cada vez mais ocorrendo entre pessoas mais jovens. “Diferente das últimas semanas, mais da metade dos casos de internação hospitalar e internação em UTI ocorreram entre pessoas não idosas. Em relação aos óbitos, embora a mediana ainda seja superior a 60 anos, ao longo deste ano houve queda num patamar de 10 anos. Os valores de mediana de idade dos óbitos foram, respectivamente, 73 e 63 anos”, diz a Fiocruz.
O que é a mediana?
A mediana é uma estatística que aponta o valor central de um conjunto numérico. Na prática, todas as idades de pessoas internadas são enfileiradas no papel ou por um programa de computador e o valor da idade que está no centro do conjunto é considerado como a mediana. Por exemplo, no caso dos números 30, 31, 32, 33 e 34 a mediana seria 32, por ser o número posicionado no centro do conjunto. A mediana se difere da média, unidade mais popularizada.
No caso do cálculo apresentado pelo boletim da Fiocruz, a mediana aponta a idade que está no centro de todas registradas, ou seja, que delimita a concentração de 50% dos casos