As mulheres em período de amamentação, mas que não possuem comorbidades, se juntaram em um movimento nacional para reivindicar a vacinação contra a Covid. Atualmente, por determinação do Ministério da Saúde, somente as puérperas – mães até 45 dias de pós-parto – que possuem doenças preexistentes têm direito ao imunizante.
Em Belo Horizonte, a Câmara Municipal vai realizar uma audiência pública, na próxima sexta-feira (28), às 10h30, para discutir o tema. O pedido foi feito pela vereadora Duda Salabert (PDT) e a sessão terá transmissão on-line. O movimento também vai acontecer em outros Estados brasileiros.
Conforme o grupo que representa as lactantes, 457 mulheres grávidas ou puérperas morreram pela Covid-19 em 2020. Neste ano, até o momento, o número foi superado: 494, o que representa aumento de 204% na média semanal de óbitos. Os dados são do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19).
Por isso, as mulheres reivindicam aos governos locais – municipais e estaduais – que possam entrar na fila de priorização para receber a imunização contra a Covid-19. “Priorizar as mulheres que amamentam seus filhos com leite humano não significa nos incluir à frente dos grupos prioritários já estabelecidos pelo PNI. Incluir lactantes significa reconhecer a importância de imunizá-las garantindo uma chance maior aos seus filhos de se protegerem. O que pedimos é que as lactantes sejam incluídas como grupo prioritário o quanto antes”, diz Lívia Couto, representante do movimento em Minas.
O Ministério da Saúde chegou a anunciar a vacinação de todas as grávidas e puérperas. No entanto, após as mortes de duas mulheres que receberam doses da Astrazeneca, o governo federal suspendeu a imunização. Os óbitos ainda estão sendo investigados para atestar ou descartar se tiveram relação com a vacina.
Mas, enquanto os casos não são esclarecidos, somente as gestantes e puérperas que têm comorbidades estão sendo imunizadas com doses da Pfizer ou da Coronavac.