As cidades do Sul de Minas estão em estado de alerta após uma nova variante, chamada P.4, ser identificada em 21 cidades do Estado de São Paulo, entre elas o município de Mococa, que faz divisa com pelo menos três cidades mineiras — Guaranésia, Monte Santo de Minas e Arceburgo.
A P.4 foi identificada em um estudo realizado por pesquisadores da Unesp de São José do Rio Preto, Araraquara e Botucatu. Ainda não há estudos que investigam se a variante é mais transmissível ou letal, mas ela tem a mutação L452R na proteína S, que também está presente nas variantes indiana e da Califórnia.
“O que nos chamou atenção e causa preocupação é a mutação L452R. Ela está presente também na variante da Califórnia e na indiana. Isso acendeu o alerta de que precisamos ficar de olho nela”, disse uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo, Cintia Bittar, ao Jornal da Unesp.
Já a pesquisadora Paula Rahal destaca que a descoberta de uma nova variante é apenas o primeiro passo. “É um estudo muito recente, então precisa de novos estudos, mais aprofundados, para poder verificar se essa variante é mais transmissível ou mais virulenta. O que é importante é que a gente identificou uma nova variante e a partir daí a gente vai conseguir ampliar os estudos para poder caracterizar ela em relação à vacina e outros parâmetros epidemiólogicos”, declarou, também em entrevista à universidade.
A descoberta da P.4 acontece em um momento em que diversas cidades do Sul de Minas estão com os sistemas de saúde à beira do colapso. Além de Lavras e Passos, que adotaram toque de recolher, Cássia, Delfinópolis e Capetinga decretaram lockdown.
Além da falta de leitos, uma das preocupações é com os turistas que saem do Estado de São Paulo para passar os finais de semana e feriados no Lago de Furnas, já em Minas Gerais.
A Secretaria de Estado de Saúde informou que tem ampliado as ações de vigilância genômica do coronavírus no estado para identificar possíveis mutações do coronavírus em Minas Gerais, com o apoio da Funed, da UFMG e da Fiocruz.
A pasta informou ainda que solicitou ao Ministério de Saúde a ampliação de medidas de fiscalização de passageiros vindos do exterior no aeroporto de Confins.
“A secretaria reforça que os protocolos de prevenção seguem os mesmos, independentemente da variante. Toda a população, mesmo quem já foi vacinado, deve continuar com as medidas de prevenção como: lavar as mãos, usar álcool em gel quando não for possível lavar as mãos, usar máscara e evitar aglomeração”, disse em nota.