Um creme antisséptico para as mãos desenvolvido no Brasil demonstrou ser eficaz na proteção contra o vírus causador da mpox (antigamente conhecida como varíola dos macacos).
O produto, denominado Phitta Cream, foi testado pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e se mostrou capaz de inativar e eliminar o vírus MPXV e suas variantes por até quatro horas.
Os testes, realizados no Laboratório de Virologia Clínica e Molecular do ICB-USP, coordenado pelo professor Edison Luiz Durigon, revelaram a capacidade do creme de neutralizar o vírus em diferentes tempos de exposição.
“Nós testamos o creme na cepa que está causando o surto atual da doença e que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a decretar emergência global em saúde pública”, disse Durigon em um comunicado à imprensa.
“O produto foi capaz de inativar o vírus em minutos, uma, duas, três e quatro horas”, completou o virologista.
Durigon é um dos principais pesquisadores no combate à mpox no Brasil e foi responsável por isolar o vírus no país. Segundo ele, a descoberta é um importante passo no desenvolvimento de medidas preventivas adicionais para conter a disseminação do vírus, que tem causado surtos em várias regiões do mundo.
O Phitta Cream pode se tornar uma alternativa eficaz na proteção pessoal, especialmente em situações onde o acesso a outros métodos de desinfecção, como o álcool em gel, é limitado.
No entanto, o professor ressalta que o produto não substitui as medidas preventivas já estabelecidas, como a higiene regular das mãos e a vacinação, mas pode ser um aliado adicional na luta contra o vírus.
Os resultados dos testes foram recebidos com otimismo pela comunidade científica e abrem novas perspectivas para o desenvolvimento de produtos antissépticos com ação prolongada contra vírus e outras ameaças biológicas.