Uma criança, de três anos, morreu em Ituiutaba, vítima de picada de escorpião, na madrugada desta quarta-feira (23). A menina foi picada quando estava em casa, no Bairro Nossa Senhora Aparecida. Segundo o diretor clínico do Pronto Socorro municipal, ela chegou à unidade com vida, mas não resistiu.
O diretor clínico, Magid Maluf Filho, afirmou que ela deu entrada no Pronto Socorro por volta das 22h30 de terça-feira (22). A criança chegou em estado de choque apresentando sudorese, palpitação e palidez, segundo o médico, quadro considerado grave. Conforme informou Magid, foi aplicado o soro e a menina atendida por um pediatra, que solicitou a transferência dela para o Hospital São José.
De acordo com o pai da menina, o motorista Nilson Ferreira dos Santos, ela foi picada quando brincava na sala de casa. “Corremos com ela para o Pronto Socorro. Chegando lá, o médico demorou a atender. Depois que atendeu, aplicou apenas um anestésico, a deixou em cima de uma cama e foi atender outros pacientes. Não tomou providências para aplicar o soro nela. Então ela começou a vomitar, passar mal, e minha esposa se desesperou”, contou.
Ainda de acordo com parentes da criança, depois de ter sido levada de ambulância para o Hospital São José, a paciente teve que esperar ainda mais, pois, segundo os pais da menina, a equipe médica esqueceu o soro no Pronto Socorro. “Deixaram minha sobrinha no hospital e voltaram para poder buscar o soro”, afirmou um tio da menina.
O diretor do Pronto Socorro negou a acusação da família e afirmou que a menina foi atendida por um pediatra na unidade, onde o soro foi aplicado e só depois a criança foi transferida para o hospital. “O plantonista que atendeu agiu corretamente transferindo a criança para o Hospital São José, onde ela foi atendida por um pediatra experiente. E nós já levamos o soro antiescorpiônico, que é aplicado nesses casos graves, sendo que a evolução da criança foi dramática”, declarou.
Houve tentativa de transferí-la para outra cidade, mas as equipes não tiveram tempo e a criança morreu às 2h30 desta quarta. O diagnóstico da morte, de acordo com Magid, foi de choque anafilático, que significa uma falência múltipla de órgãos e coração em ritmo alterado. O caso será investigado pela Secretaria de Saúde, que irá apurar a denúncia de demora no atendimento.