AGUIRRE TALENTO
DE BRASÍLIA
A presidente Dilma Rousseff rebateu críticas feitas pela rival Marina Silva (PSB), de que o país não precisa ser governado por “gerentes” –referência indireta ao marketing político dilmista.
Para a presidente, a declaração é de quem “nunca teve experiência administrativa”, justamente um dos focos de críticas à ex-senadora, que entrou na disputa após a morte do cabeça de sua chapa, Eduardo Campos, em acidente aéreo.
“No presidencialismo somos diferentes do parlamentarismo. O chefe do Poder Executivo tem obrigações claras. Não é uma questão de ser gerente ou não, isso é uma visão tecnocrática, o presidente é executor. Ele não é pura e simplesmente um representante do poder”, afirmou Dilma.
“Acho que o pessoal está confundindo o presidente da República com rei ou rainha”, disse Dilma, sem citar Marina nominalmente ou comentar sua entrada na campanha.
PETROBRAS
Dilma não quis comentar o acordo de delação premiada negociado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso no Paraná, mas voltou a defender a estatal. “A Petrobras está acima disso e eu não tenho que comentar sobre a decisão de uma pessoa presa fazer ou não delação premiada, isso não é objeto e interesse da presidente da República”, afirmou.
“Temos de aprender que se pessoas cometeram erros, malfeitos, crimes, atos de corrupção, isso não significa que as instituições tenham feito isso. Não se pode confundir as pessoas com as instituições. A Petrobras é muito maior do que qualquer agente dela, seja diretor ou não, que cometa equívocos”, disse a presidente.
No início de sua fala, ela disse que iria almoçar com o jornalista e escritor Lira Neto, autor de uma trilogia sobre o ex-presidente Getúlio Vargas, e elogiou a trajetória de Vargas, chamando-o de “grande democrata”.
Getúlio suicidou-se há 60 anos, no auge de uma crise política. Naquele momento, era presidente eleito democraticamente, tendo assumido em janeiro de 1951. Antes, havia ocupado a chefia de governo de forma provisória após a Revolução de 1930, até 1934. De 1934 a 1937, foi presidente eleito por uma Constituinte. E, de 1937 a 1945, foi efetivamente um ditador no chamado Estado Novo, regime inicialmente de inspiração fascista que acabou alinhando-se aos Aliados na Segunda Guerra Mundial.