Uma medida cautelar expedida pelo juiz da 2ª Vara Criminal Joemilson Donizetti Lopes, nesta segunda-feira (8), pede o afastamento do delegado Janisson Costa Balvedi e de dois investigadores, Handerson Precioso Fagundes e Fernando Falcão Duarte Jorge. Os três são suspeitos de exigirem R$ 15 mil de uma esteticista de 38 anos para que ela não fosse encaminhada para o presídio Professor Jacy de Assis. A mulher é suspeita de ter causado a morte de Francisco do Nascimento, 52 anos, em um acidente de carro no dia 1º de dezembro do ano passado.
Naquela data, de acordo com o boletim de ocorrência, a esteticista fez uma conversão na rua do Telefonista, no bairro Jardim das Palmeiras, zona Oeste de Uberlândia. O motociclista que seguia no sentido contrário da via bateu na lateral do veículo e foi arremessado. Segundo o relato dos policiais, ele morreu na hora.
A mulher foi levada para a delegacia de Plantão da Polícia Civil e lá, de acordo com a denúncia feita ao Ministério Público Estadual (MPE), os dois investigadores pediram dinheiro ao marido da esteticista para que ela não fosse presa. Ainda de acordo com a denúncia, Handerson Fagundes e Fernando Jorge teriam feito pressão psicológica no casal para que o valor de R$ 15 mil fosse pago.
O marido da mulher ainda relatou que, enquanto ela estava detida na carceragem da delegacia, os dois investigadores teriam negociado três valores diferentes, de R$ 12 mil, R$ 10 mil e de R$ 8 mil. Porém, com a redução nos valores eles disseram que precisavam “falar com o Doutor”, se referindo ao delegado Janisson Balvedi.
Como o casal se negou a pagar, segundo o MPE, o delegado ratificou a esteticista por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e ela foi encaminhada para o presídio logo em seguida. O documento ainda diz que o caso da mulher não caberia prisão, uma vez que ela prestou socorro ao motociclista e esteve presente o tempo todo.
Medida cautelar
O MPE encaminhou a denúncia à 2ª Vara Criminal de Uberlândia, que foi aceita na semana passada. No documento também consta a medida cautelar, que pede o afastamento dos envolvidos. O juiz Joemilson Donizetti Lopes, considerou a medida justificável e enviou notificação à Polícia Civil (PC) para que sejam tomadas as devidas providencias. “Achei por bem afastá-los enquanto eles respondem a essa investigação”, disse.
Joemilson Lopes informou ao CORREIO que a medida ainda cabe recurso e que os envolvidos podem recorrer no prazo de 48 horas. “Eles já tem advogados cadastrados na ação”, disse. A reportagem tentou falar com os três pelo telefone, mas ninguém foi encontrado. A delegada regional Márcia Regina Pussoli disse ter conhecimento das investigações, mas que ainda não foi notificada. “É uma ação do MP, mas não fui notificada”, disse. Os três ainda respondem pelo crime de improbidade administrativa na Vara da Fazenda.