Um dia após ser demitido do cargo diretor executivo de futebol do Santos, Gustavo Vieira avaliou nesta quarta-feira as razões que provocaram a sua demissão, ocorrida após pouquíssimo tempo no cargo – foi anunciado pelo presidente José Carlos Peres para a função em 20 de dezembro de 2017. Na sua avaliação, a disputa de poder entre membros da diretoria recém-eleita atrapalhou o seu trabalho.
“Quando um grupo político entra, há um assentamento entre eles, uma certa disputa por poder e cobiça por espaços. Isso gera distúrbios por questões de protagonismo”, afirmou o dirigente em entrevista à ESPN Brasil, também reclamando de recuo em decisões que haviam sido tomadas pela diretoria, o que teria ajudado a minar o dia-a-dia e tem relação direta com a demora na negociação com o lateral-esquerdo Dodô, hoje na Sampdoria, travando suas decisões.
“O futebol tem que ter uma linha de comando clara, evidente e forte, para se ver respeitado no ambiente interno como também no externo. É preciso ter premissas como comando unificado. A partir do momento que se emite uma decisão, ela tem que ser encadeada. Isso é desafiador no início de trabalho. E o meu era fazer diagnósticos e oferecer soluções para corrigir problemas de rota e mostrar controle e dar segurança ao torcedor e ao ambiente interno. Quando há recuo em decisões, o processo caminha para um lugar que não é bom”, acrescentou.
Gustavo Vieira, filho de Sócrates, também se defendeu das críticas no fracasso na negociação para contratar Lucas Zelarayán, meia argentino que está no mexicano Tigres. Ele relatou a dificuldade nas tratativas para contratá-lo pela falta de recursos financeiros do Santos e declarou que também não sabia até quanto poderia oferecer para contratá-lo.
“Acompanhava o Lucas há mais de um ano. Foi uma ‘invenção’ minha para suprir uma carência de mercado. Claro que é difícil fechar a negociação, especialmente sem ter noção total do dinheiro que você tem. Sem ter essa informação, foge do controle”, afirmou.
Superesportes