Deputado defende federalização do caso Marielle

Central de Jornalismo

O coordenador da comissão externa criada na Câmara dos Deputados para acompanhar as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), defendeu hoje (16), em entrevista à Agência Brasil, a ideia lançada ontem pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, de federalizar a investigação do caso.

“Acho um bom caminho, dado o grau de comprometimento de setores das polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro. Não estou dizendo – e é  bom que fique claríssimo – que as duas instituições são corruptas. Estou dizendo que as duas instituições, no Rio de Janeiro e em todos os estados do Brasil, abrigam corruptos e pessoas com relações diretas com o crime organizado. Essa é a maneira do crime organizado manter seu braço no próprio estado.

Segundo o deputado, diante do comprometimento e dos indícios de que as execuções sumárias tenham sido praticadas por “agentes ligados às forças de segurança, seja por quem ainda está dentro, seja por quem  saiu e constituiu milícia, a federalização pode ser um caminho para termos lisura na investigação e chegar àquilo que queremos, que é identificar claramente os culpados, as motivações, os mandantes para que sejam  devidamente presos”.

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De acordo com Jean Wyllys, o grupo criado a seu pedido, ontem (15), pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, terá sua primeira reunião na próxima terça-feira (20). Nela, os 11 deputados de vários partidos que compõe o colegiado irão discutir o plano de trabalho que será elaborado neste fim de semana.

A ideia  é que a comissão externa funcione por meio de oitivas e diligências com as principais figuras e instituições envolvidas na investigação. “Queremos ouvir o chefe da Polícia Civil, o comandante da  Polícia Militar, o interventor militar no Rio de Janeiro e, também, as Comissões de Diretos Humanos da Assembleia Legislativa e Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro”, disse Wyllys.

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Diferentemente de outras comissões da Câmara, comissões externas não têm prazo de funcionamento. Ao final dos trabalhos será elaborado um relatório a ser entregue ao presidente da Câmara e às instituições ouvidas, com as conclusões do grupo. O documento poderá trazer sugestões de projetos de lei para aperfeiçoar a legislação no combate a crimes como o que tirou a vida da vereadora e de seu motorista.

Os deputados membros da comissão externa são: Jean Wyllys (Pso- RJ), Érika Kokay (PT-DF), Jandira Feghali (PCdo B – RJ ), Jô Moraes (PC do B – MG), Maria do Rosário (PT-RS), Reginaldo Lopes (PT-MG), Wadih Damous (PT-RJ), Janete Capiberibe (PSB – AP), Chico Alencar(PSOL-RJ), Glauber Braga (PSOL-RJ), Luiza Erundina (PSOL – SP).

Agência Brasil

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