MINAS GERAIS – O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) bloqueou, na última terça-feira (10), cerca de R$ 26 mil em bens do deputado estadual Tony Carlos (PMDB), da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), depois de o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abrir um inquérito civil apurando denúncia feita por reportagem da coluna Aparte (do jornal O TEMPO), em novembro de 2014, que mostra o mau uso da verba indenizatória por parte do peemedebista.
Na época, a reportagem do jornal mostrou que Tony Carlos havia utilizado R$ 20.827 da verba indenizatória da Assembleia na churrascaria Cupim Grill, em Uberaba, seu reduto eleitoral. Os gastos haviam sido distribuídos em cinco notas fiscais nos meses de dezembro de 2013, janeiro, fevereiro, maio e outubro de 2014. As duas últimas custaram R$ 4.900 cada uma e foram incluídas como despesas de “promoção e participação em eventos”.
Curiosamente, no dia 30 de setembro de 2014, Tony Carlos divulgou em redes sociais foto com seu pai à frente do estabelecimento onde teria comemorado seu aniversário. Além disso, imagens no Facebook do deputado mostravam funcionários da rádio em que ele trabalha comendo na mesma churrascaria em outras datas. Em comentário, um usuário ainda pergunta sobre outro amigo do deputado que não estava presente e “adora um 0800”, em referência a uma eventual gratuidade da comilança.
O inquérito civil foi aberto pelo promotor João Medeiros Neto, da promotoria de Defesa do Patrimônio Público do MPMG, três dias depois da publicação da matéria. Agora, no TJMG, Tony Carlos responde por improbidade administrativa. O promotor, além de utilizar as notas fiscais exibidas na matéria, também somou gastos menores do deputado na mesma churrascaria, o que totalizou o valor de R$ 25.768.
Questionado na época da reportagem, o deputado não explicou os gastos na churrascaria, mas, dias após a publicação da matéria, foi a uma rádio de Uberaba se defender, alegando que os gastos foram para a realização de eventos políticos, sem detalhar quais.