Foram encerradas as buscas por vítimas no morro da Boa Esperança, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, onde ocorreu um deslizamento na madrugada de sábado (10). Subiu para 14 o número de mortos, após quatro corpos terem sido encontrados mais cedo. As buscas por vítimas foram encerradas por volta das 5h da manhã, mas as equipes continuam no local para remoção dos escombros e limpeza da área.
Entre as vítimas estão três crianças. Veja a lista:
- Alan Ferreira Teles: 29 anos
- Amanda Tomaz da Silva: 30 anos
- Beatriz Martins Pereira: 18 anos
- Claudiomar Dias Martins: 37 anos
- Dalvina Marins: 56 anos
- Géssica Martins Firmino: 15 anos
- Janete Martins Ferreira: 53 anos
- Kaique da Silva Resende: 1 ano e 2 meses
- Marcos Antony Martins de Aguiar: 9 anos
- Maria Aparecida Martins Viana: 19 anos
- Maria do Carmo: 80 anos
- Marta Pereira Romero, 61 anos
- Maria Madalena Linhares de Resende: 54 anos
- Nicole Caetano Carvalho: 10 meses
Onze pessoas foram retiradas com vida dos escombros. A Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro informou ao UOL que sete pessoas foram levadas a hospitais e, dessas, quatro já tiveram alta.
O hospital estadual Azevedo Lima, em Niterói, recebeu seis feridos no total. Foram duas crianças –uma em estado gravíssimo e outra que já recebeu alta– e quatro adultos –três já foram liberados e um permanece estável. Outra vítima, um adulto, foi levada ao hospital estadual Alberto Torres e encontra-se estável.
Diversos imóveis foram interditados pela Defesa Civil do município, de forma preventiva, na comunidade. Famílias desabrigadas por causa do desabamentoforam alojadas na Escola Municipal Francisco Portugal Neves, no Piratininga. A prefeitura montou uma base de apoio na escola para receber doações. Foram arrecadados ao menos sete toneladas de alimentos.
Pedra caiu sobre sete casas
O morro fica na estrada Francisco da Cruz Nunes. Sete casas vieram abaixo durante a madrugada, quando uma pedra se desprendeu do alto do morro e deslizou, levando abaixo árvores e muita lama. O terreno estava úmido devido às fortes chuvas que atingem o estado do Rio, incluindo a região metropolitana, desde quarta-feira (7).
De acordo com o comandante do Corpo de Bombeiros e secretário de Estado de Defesa Civil, Roberto Robadey, Niterói estava em estágio de atenção e alerta, e as comunidades estavam avisadas da situação.
Claudio dos Santos, presidente da associação dos moradores do morro da Boa Esperança, disse ao canal “GloboNews” que algumas casas estavam isoladas pela Defesa Civil, por causa do risco de deslizamento, mas que as famílias continuavam no local por não ter aonde ir.
As primeiras equipes de resgate chegaram ao local da tragédia por volta das 5h do sábado. Ao todo, 80 homens do Corpo de Bombeiros atuaram nas buscas, além de voluntários.
Local não era de alto risco, diz prefeito
O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT-RJ), informou que o local não era considerado de alto risco geológico, e que a tragédia foi causada por uma ruptura no maciço da encosta. Ele estava na Espanha, em um encontro internacional, e voltou às pressas ao Brasil.
A prefeitura afirmou também que em nenhum momento o sistema de alertas e alarmes por sirenes, que foi municipalizado em setembro de 2016, deixou de funcionar.
Pezão lamenta mortes, e Witzel visita local
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, lamentou as mortes e se solidarizou com as famílias que perderam parentes na tragédia.
O governador eleito do Rio, Wilson Witzel (PSC), visitou o local na tarde de sábado e acompanhou o trabalho dos bombeiros. Segundo sua assessoria, ele pretende coletar informações sobre o acidente para levá-las à equipe de transição do governo.
Tragédia no morro do Bumba há 8 anos
O desmoronamento aconteceu em Niterói, mesmo município da tragédia no morro do Bumba em abril de 2010, quando uma tempestade causou deslizamentos e deixou 48 mortos, além de milhares de desabrigados.
Oito anos após a tragédia, famílias atingidas ainda cobram as promessas de moradia. Alguns voltaram a morar no Bumba, mesmo com a Prefeitura interditando as casas do local devido ao risco de novos deslizamentos.
A Prefeitura de Niterói informou, em nota, que fez cerca de 70 obras de contenção de encostas, entregou mais de 3.000 casas populares e está desenvolvendo um trabalho focado em áreas de alto risco geológico.
“Foram investidos mais de R$ 200 milhões no Sistema Municipal de Defesa Civil de Niterói, considerado pela ONU um dos cinco melhores do Brasil. Nos últimos seis anos, não tivemos nenhuma tragédia com deslizamento de terra em encostas na cidade”, informou a administração municipal.
(Com Agência Brasil)