A dívida do governo de Minas Gerais com o município de Ituiutaba se aproxima dos R$ 24 milhões e preocupa a administração em relação à necessidade de novos ajustes nas contas para vencer o ano de 2018. Esta preocupação é ainda maior, uma vez que o governador Fernando Pimentel não acena com nenhuma possibilidade de repasse de recursos até o mês de dezembro. A última atualização divulgada pela Associação Mineira dos Municípios, em 31 de outubro, apurou que Ituiutaba possui retido um total de R$ 23.723.427,98.
A maior apreensão do prefeito Fued Dib é com a possibilidade de faltar dinheiro para o pagamento dos salários dos servidores, ativos e aposentados, bem como o 13º salário, cuja primeira parcela deverá entrar na conta dos funcionários públicos municipais ainda neste mês de novembro. “Esta é uma situação que eu jamais imaginei passar na administração pública e que não se pode desejar nem mesmo ao seu pior inimigo. Temos feito o possível e o impossível para manter os serviços básicos funcionando e os salários pagos em dia. Só não sabemos, até quando”, comentou o prefeito.
Na mesma atualização de 31 de outubro, a AMM apurou que a dívida total do Estado com os 853 municípios mineiros já atingiu a cifra dos R$ 9,7 bilhões. Este montante é referente aos repasses constitucionais semanais do ICMS e Fundeb, além do transporte escolar e do piso da assistência social. Somam-se ainda, os repasses da Saúde, multas de trânsito e juros e correções.
Atendimento básico ainda é feito com recursos próprios
Para a área da Saúde em Ituiutaba, o governo mineiro já deixou de repassar até agora R$ 9.043.906,00. Para a área da Educação, já não foram repassados R$ 8.000.102,33 em recursos do Fundeb, além de R$ 711.541,49 referentes aos juros do Fundeb de 2017 e ainda, R$ 36.668,58 referentes aos valores do transporte escolar. Somados apenas os valores devidos para Saúde e para a Educação, o município já deixou de receber R$ 17.792.219,30.
“Mesmo com este rombo que o governo mineiro tem provocado nas contas do município de Ituiutaba, temos conseguido manter estes serviços. Não tivemos nenhum dia de paralisação nas escolas ou no transporte de alunos. O salário dos professores está em dia. O atendimento na área da saúde também não foi prejudicado. É claro que, se tivéssemos os recursos que nos é devido, poderíamos fazer ainda mais. É bom destacar que estamos trabalhando com recursos próprios e que deveriam ser investidos em outras áreas, para benefício de toda a população”, concluiu Fued Dib.