A Polícia Militar localizou, na madrugada desta quarta-feira (3), um adolescente de 17 anos e um jovem de 21 suspeitos de envolvimento na queima de um ônibus no bairro Jardim Felicidade, região Norte de Belo Horizonte. Em uma semana, foi o oitavo coletivo queimado na capital e região metropolitana.
“Durante rastreamento localizamos o menor com um galão de gasolina na rua Trinta e Sete B, e, ao ser questionado, ele disse que um amigo poderia ter envolvimento com o caso do ônibus queimado. Nós conseguimos localizar essa pessoa dentro de casa”, explicou o tenente Arley Rodrigues, do Batalhão Rotam.
Segundo o policial, o homem negou o crime, ocorrido na manhã dessa terça-feira (2), mas no celular dele os militares encontraram uma troca de mensagens com a namorada, onde a mulher perguntava com quem o suspeito tinha incendiado o ônibus e ele indicava um terceiro homem, que não foi localizado.
“A princípio, o caso de ontem não tem ligação com os outros incêndios. Esse caso do Jardim Felicidade seria uma resposta a morte de um morador, no último sábado, durante troca de tiros com a polícia. Esse homem que foi a óbito estava cometendo assaltos na área”, afirmou o tenente.
No bilhete entregue ao motorista da linha 1505R (Conjunto Felicidade / Centro), os vândalos ameaçavam policiais militares, além da queima de outros dez coletivos. A dupla foi encaminhada ao Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA/BH).
Em relação aos outros sete ataques a ônibus que aconteceram na última semana, nenhum suspeito ainda foi identificado ou encontrado.
Ataques
O ano de 2017 teve 22 veículos queimados, o maior número de casos do tipo já registrado na capital, de acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH). Desde 2010, a cidade teve 65 casos de coletivos incendiados.
Ainda conforme o sindicato, um veículo queimado ou depredado deixa de atender, em média, 500 usuários por dia útil, além de deixar a linha com um carro a menos por cerca de 180 dias. O prejuízo para repor o coletivo é de cerca de R$ 400 mil.
Investigações
Desde que começou a série de ataques a coletivos, no dia 27 de dezembro, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) afirma que não é possível estabelecer relação entre os fatos ocorridos e o sistema prisional até que a Polícia Civil conclua as investigações. Após o ato desta terça-feira, a pasta manteve o posicionamento.
Em relação aos bilhetes que fazem referência à penitenciária Dutra Ladeira, a Seap garantiu que está adotando providências para auferir a veracidade dos conteúdos e destacou que todas as denúncias formalizadas são apuradas e tomadas as providências necessárias.
A Polícia Civil, por sua vez, informou que está investigando todos os casos, inclusive o de terça-feira, no entanto não pode passar detalhes para não atrapalhar as apurações.