O presidente Jair Bolsonaro defendeu neste domingo (26) para o comando da Polícia Federal o nome de Alexandre Ramagem, que é amigo de seu filho Carlos Bolsonaro. “E daí?”, respondeu, após ser questionado em uma rede social sobre a proximidade familiar com o escolhido.
“E daí? Antes de conhecer meus filhos, eu conheci o Ramagem. Por isso deve ser vetado? Devo escolher alguém amigo de quem?”, disse o presidente.
O presidente também disse que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro mentiu ao afirmar que houve tentativa de interferência política na atuação da PF.
Conforme publicado pelo jornal Folha de S.Paulo, a Polícia Federal aponta Carlos Bolsonaro como articulador em esquema criminoso de fake news.
Dentro da Polícia Federal, não há dúvidas de que Bolsonaro quis exonerar o ex-diretor da PF Maurício Valeixo, homem de confiança do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, porque tinha ciência de que a corporação havia chegado ao seu filho, apontou o jornal.
Bolsonaro criticou o jornal. “Acreditando na Folha de S.Paulo. Só quando criminalizarem a liberdade de expressão você vai aprender”, escreveu na rede social.
O filho do presidente é investigado sob a suspeita de ser um dos líderes de grupo que monta notícias falsas e age para intimidar e ameaçar autoridades públicas na internet.
Segundo aliados de Moro, ao mesmo tempo em que a PF avançava sobre o inquérito das fake news, Bolsonaro aumentava a pressão para trocar Valeixo.
A exoneração de Valeixo do cargo de diretor-geral da corporação levou Moro a pedir demissão. Ele acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na polícia.
O Ministro da Justiça, Sérgio Moro, pediu demissão do cargo na manhã de sexta-feira (24.abr.2020). Ao anunciar sua demissão, Moro criticou a “insistência” do presidente Jair Bolsonaro para a troca do comando da Polícia Federal. Ainda segundo o ex-ministro, Bolsonaro não apresentou causas que fossem aceitáveis.