Por Paulo Braga
Um jornalista é um bom contador de histórias, e, infelizmente, não vive apenas de boas narrativas. Narrar uma história de um personagem carece de sensibilidade, respeito e empatia, e tenho procurado fazer ao longo dos meus 19 anos frente ao Tudo Em Dia.
Na última quinta-feira (31.mar.22), achei, sinceramente, que não contaria novas histórias… um infarto agudo com supra tentou colocar um ponto final na minha própria crônica. Uma dor afiada que dilacerava, cortava, e me colocava mais perto do fim, me fez despedir dos meus filhos, dos meus pais, dos meus irmãos e do meu grande amor… a Lívia.
Tudo teve início quando eu havia acabado de chegar da academia. Tomei café e um banho. Minutos depois, as dores tiveram início de uma forma assustadora.
Deus colocou pessoas incríveis no meu caminho … meus filhos, que chamaram socorro; Núbia Reis, que me encaminhou ao Pronto Socorro de Cspinópolis no próprio carro; Larice Costa, que organizou minha transferência ao Hospital São Joaquim e Nossa Senhora D´Abadia; Giovani Mafioleti, que disponibilizou transporte adequado; e os médicos que me fizeram renascer.
No trajeto, na MGC-154, meus sentidos rebaixaram e senti um frio grande nas pernas e um sono muito forte… muito forte. Antes que fechasse os olhos, minha esposa gritou e me sacudiu… (nem a morte pode com essa mulher).
Após um cateterismo e angioplastia de urgência, posso voltar aqui e dizer que a experiência de sentir o frio da morte não é boa, mas receber o calor do amor é algo grandioso.
Agradeço aos meus filhos, minha esposa, meus pais e irmãos pela força, aos amigos e parentes pelas orações e boas energias, e aqueles que sempre admiram o meu trabalho humilde, porém, dedicado.
Se eu fosse brindar com você hoje, lhe convidaria a celebrar a vida e o amor que ainda existe. Toda honra e glória a Deus.