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A facção radical Estado Islâmico (EI) divulgou nesta terça-feira (3) um vídeo mostrando o piloto jordaniano Muath al-Kaseasbeh sendo queimado vivo.
A vida de al-Kaseasbeh vinha sendo negociada nas últimas semanas entre o EI e os governos do Japão da Jordânia, o qual demandava uma garantia —que nunca foi apresentada pelos radicais— de que o piloto ainda estava vivo.
Al-Kaseasbeh, 26, foi sequestrado pelo EI na Síria em dezembro após a queda do seu avião. O piloto participava das forças de segurança internacionais que combatem os extremistas.
Segundo a a televisão estatal jordaniana, o governo da Jordânia confirmou nesta terça que militantes do EI mataram al-Kaseasbeh em 3 de janeiro, embora as imagens tenham sido divulgadas apenas um mês depois.
As forças armadas do país afirmaram que al-Kaseasbeh “se transformou em um mártir”.
Também foi prometida retaliação pela morte do piloto. “Nossa punição e nossa vingança serão tão grandes quanto a perda de todos os jordanianos”, afirmou em vídeo o porta-voz das forças armadas da Jordânia.
A chanceler alemã, Angela Merkel, condenou o assassinato de al-Kaseasbeh e garantiu que a Alemanha está ao lado da Jordânia na luta contra o terrorismo. “É inconcebível que um ser humano seja capaz de um ato tão cruel”, afirmou Merkel em um telegrama de condolências enviado ao rei Abdullah, da Jordânia.
O presidente francês, François Holande, também condenou a ação do EI e disse em comunicado que “França e Jordânia seguirão trabalhando juntos contra os terroristas e pela paz no Oriente Médio”.
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que o vídeo do EI é um sinal da “crueldade” e da “barbaridade” da facção radical. “Seja qual for a ideologia sob a qual os militantes do EI operam, ela está corrompida”, afirmou Obama.
O Conselho Nacional de Segurança dos EUA (CNS) também se pronunciou sobre as imagens.
“A comunidade de inteligência está trabalhando para verificar a autenticidade [da gravação]. Os EUA condenam as ações do EI, e nós exigimos a libertação imediata de todos aqueles mantidos como reféns pelo EI”, afirmou em comunicado o porta-voz do CNS, Bernadette Meehan.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil destacou que a “comunidade internacional não pode ficar indiferente diante de tais atos de barbárie”. O Itamaraty expressou ainda “profunda indignação diante do atroz assassinato” praticado por “membros do autodenominado ‘estado islâmico'”.
“O Governo brasileiro estende à família do piloto, ao povo e ao Governo da Jordânia suas condolências e sua solidariedade”, conclui o texto.
DECAPITAÇÕES
O EI anunciou recentemente as supostas decapitações de dois japoneses mantidos como reféns.
Haruna Yukawa, 42, foi sequestrado em agosto e foi morto pelos radicais no último dia 24. O jornalista Kenji Goto, 47, foi sequestrado em outubro e apareceu decapitado em vídeo no dia 30.
O piloto jordaniano é o oitavo estrangeiro morto pelo EI desde agosto e traz uma novidade: as mortes divulgadas anteriormente ocorriam por meio de decapitações.
Caso seja confirmada a veracidade das imagens, é a primeira vez que um estrangeiro é morto pela facção radical sendo queimado vivo.