Em entrevista coletiva realizada na manhã desta segunda-feira, 26, o promotor Daniel Marotta Martinez, coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), explicou a sua mudança de promotoria, informada no Diário Oficial do Ministério Público de Minas Gerais na semana passada.
Na coletiva, que teve cerca de 1 hora de duração, Martinez explicou que, ao contrário de boatos que afirmavam que ele deixaria a coordenação do Gaeco, ele está apenas deixando a 8ª Promotoria de Justiça da Comarca de Uberlândia e passa a atuar na 5ª Promotoria de Justiça da mesma comarca.
“Hoje, então, sou titular da 5ª Promotoria de Justiça. O que isso muda em relação à coordenação do Gaeco? Absolutamente nada, por que eu não ocupava mais, desde 1º de fevereiro de 2017, a 8ª Promotoria na prática. Agora, sou o 5º promotor de justiça, mas continuo afastado da 5ª Promotoria para continuar como coordenador do Gaeco”, disse Martinez.
O promotor ficará afastado da 5ª Promotoria de Justiça, da mesma forma que aconteceu quando pertencia à 8ª Promotoria. A Dra. Renata Andrade Santos é quem o substituirá no cargo.
Martinez também explicou que deixará a coordenação do Gaeco apenas por vontade própria, algo que disse que não pretende fazer em breve, ou se o procurador geral de justiça determinar sua saída.
O novo promotor da 8ª Promotoria de Justiça ainda não foi definido, mas tudo levar a crer que Jadir Cirqueira, atual promotor da Vara da Infância e Adolescência da Comarca de Uberlândia, é quem deve assumir o posto nos próximos dias.
Supostas irregularidades do Gaeco
Martinez aproveitou a coletiva de imprensa para falar a respeito de supostas irregularidades que o Gaeco cometeu em recentes operações na cidade. Recentemente, o Deputado Estadual Arnaldo Silva questionou as ações do grupo na tribuna da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, após receber inúmeras reclamações, e enviou um requerimento junto a Comissão de Segurança Pública, que já foi aprovado.
O promotor disse que está pronto para participar dessa possível audiência junto a Assembleia Legislativa do estado.
“O Gaeco está absolutamente à disposição da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, pra comparecer a audiência pública naquela casa, pra discutir qualquer tema sobre a atuação do Gaeco. A única coisa que será solicitada ao presidente da casa é que seja conferido ao Gaeco direitos idênticos a aqueles que comparecerão a audiência pública para tecer as acusações contra o Gaeco”, afirmou Martinez.
Por fim, o promotor lembrou que todas as ações do grupo são devidamente documentadas e que promotores de justiça não decretam prisões, expedem mandados de prisão e de busca e apreensão ou determinam quebras de sigilos telefônicos e bancários. “Querem fazer parecer que nós temos poderes que, na verdade, nós não temos”, disse Martinez.
Informações: Vinícius Lemos