Atualizado às 14h57 de 03/10
Romeu Zema (Novo), participou do debate entre candidatos que pleiteiam a vaga de governador do Estado de Minas Gerais. O debate foi realizado na sede da Globo Minas em Belo horizonte na noite da última terça-feira (2).
Participaram do debate os candidatos —Adalclever Lopes (MDB), Antonio Anastasia (PSDB), Claudiney Dulim (Avante), Dirlene Marques (PSOL), Fernando Pimentel (PT) e Romeu Zema (Novo)
Zema —que participou pela primeira vez de um debate eleitoral— foi duramente atacado pelos adversários e mostrou despreparo diante de algumas questões.
De forma equivocada, o candidato do Novo disse que era o único no debate que pagava impostos —os outros só recebiam impostos. Zema foi rebatido em seguida pelo candidato Anastasia.
Dirlene (PSTU) questionou Romeu Zema sobre o genocídio da população LGBTI. Zema ignorou a pergunta e aproveitou para se colocar como o candidato que não é político e destacou sua trajetória como empresário. “Eu já criei mais de 5 mil empregos”, disse, pregando o Estado mínimo.
Anastasia questionou Zema sobre como tratará as estatais no Estado. Zema propôs uma divisão de empresas como Cemig e Copasa para criar concorrência. “Essas empresas estão longe de oferecer bom serviço ao consumidor”, afirmou.
Zema disse que, se eleito, não receberá salário enquanto a situação não se regularizar, e questionou o porquê Pimentel não faz o mesmo.
“Zema, não sou rico como você. Por mais que seja mínimo o salário de governador, preciso dele para sobreviver. Meu salário recebo parcelado, como todo servidor do estado. Nosso problema é déficit da previdência pública.”
Claudiney Dulim (Avante) não teve confronto direto com Anastasia e Pimentel, mas fez questão de criticar —como um mantra—, a candidatura de Zema.
“Collor acabou de chegar a Minas Gerais: o novo caçador de marajás”, ironizou. “O senhor vive em uma realidade principesca, deitado sobre sua fortuna e, aos 53 anos, decidiu ser o último bastião da moralidade”, disse Dulim de forma incisiva.
Romeu Zema encerrou sua participação no debate pedindo votos para João Amoedo —que é de seu partido— e já mencionando Jair Bolsonaro.
“Aqueles que querem mudança, com certeza, podem votar aí nos candidatos diferentes, que são o Amoêdo e o Bolsonaro”, encerrou o empresário.
A opinião de Zema —ao pedir votos para Bolsonaro— pode ser encarada como um desrespeito ao eleitor, que defendeu e pediu votos de forma voluntária para João Amoedo.
Ao pedir votos para Bolsonaro, Romeu Zema (Novo) é acusado de infidelidade partidária pelo partido Novo.
“Ontem, o Zema desconstruiu a sua candidatura e, ainda, mostrou a sua deslealdade para com o seu partido”, avaliou o candidato João Batista Mares Guia (Rede), que não foi convidado ao debate na Globo.
O partido repreendeu o candidato publicamente, lembrando o compromisso que seus filiados têm com a disciplina partidária.
Amoêdo, que não quis opinar sobre Zema, disse acreditar que dificilmente a eleição presidencial será liquidada no primeiro turno e afirmou que os rumos do Novo no segundo turno serão definidos pelo diretório nacional após avaliação das propostas dos candidatos que disputarem a rodada decisiva.