Uma operação da Polícia Civil contra uma empresa de fachada em um condomínio de galpões em Betim, na região metropolitana da capital, levou à apreensão de mais de uma tonelada de maconha e a prisão de quatro homens.
Antônio Prado, delegado chefe do Departamento Estadual de Investigação de Crimes contra o Patrimônio (Depatri), explicou que a investigação inicial apurava o tráfico e distribuição de armas e foi iniciada em janeiro deste ano. “Mas na semana passada percebemos que haveria a entrega de material ilícito no galpão da empresa, mas quando realizamos a operação vimos que o material entregue era uma grande quantidade de maconha”, descreveu.
O Delegado Gustavo Barletta, que coordenou a investigação, explica que o grupo recebeu a droga escondida em uma carreta na madrugada desta segunda-feira (24), entre uma carga de farinha de trigo industrial, destinada a panificadoras e outras empresas.
“Hoje os criminosos operam com vários tipos de crime. Nada impede que em outro momento eles de fato estivessem entregando armas, mas no momento desta operação o material era a maconha”, contou.
Depois de ser entregue no galpão onde ficava a empresa de fachada, a droga foi levada para a casa de um dos detidos, que mora perto dos galpões. De lá a droga era entregue para os grupos que atuavam na venda na região metropolitana de Belo Horizonte. “Acreditamos que esse grupo não atue na venda no varejo, apenas faça a distribuição da droga”, afirmou o delegado.
Barletta contou que uma funcionária da empresa, que foi levada como testemunha, havia observado que o empreendimento não dava lucro. “Ela achava estranha a baixa movimentação e venda dos produtos e pensava até que a empresa poderia fechar em breve e por isso já estava até procurando outro emprego”, relatou.
O delegado explicou que a alta lucratividade das atividades ilícitas permitia que o grupo mantivesse o comércio de fachada aberto e pagando funcionários contratados até com carteira de trabalho.
A Polícia Civil acredita que a droga venha de Foz do Iguaçu e que as investigações podem indicar quem são os fornecedores do entorpecente.
Pegos em flagrante
Entre os detidos está o líder do grupo, que não figura como sócio da empresa de fachada, mas era quem de fato organizava o esquema criminoso. Segundo os investigadores, ele tem diversas passagens pela polícia, inclusive por tráfico de drogas. Com ele também foi pego seu braço direito, que de acordo com o delegado Barletta tem uma ficha criminal que ultrapassa 35 páginas quando impressa.
Um dos detidos, um homem de aproximadamente 45 anos, é um dos sócios da empresa e alegou que não sabia das atividades ilícitas praticadas. Além dele, outras duas pessoas compõem o quadro societário do empreendimento.
O quarto detido é dono da casa onde a droga estava estocada, de 58 anos. Ele admitiu que estava guardando a droga para ser repassada e também tem passagens pela polícia.
Os detidos vão responder por tráfico de drogas interestadual, com pena que pode chegar a 15 anos de prisão. Três carros e um caminhão usados pela organização também foram apreendidos.