Maior município produtor de café do Brasil, Patrocínio, no Alto Paranaíba, sediou o Encontro de Inovação e Tecnologia para a Cafeicultura do Cerrado Mineiro, nesta quinta-feira (19) de maio de 2016. O evento reuniu cerca de 550 participantes no Campo Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) neste município, com programação de campo, minicursos e o painel “Importância da Qualidade para a Sustentabilidade do Agronegócio Café”, com a presença de especialistas da cafeicultura.
“Patrocínio se tornou importante polo produtor de café e também de pesquisa. A Epamig, juntamente com instituições parceiras, pretende potencializar os trabalhos desenvolvidos no Cerrado Mineiro. E esse Encontro já faz parte dessa integração”, ressalta o diretor de Operações Técnicas da Epamig, Trazilbo de Paula Júnior.
Na oportunidade, pesquisadores da Epamig apresentaram aos participantes novos materiais genéticos com potencial produtivo para o Cerrado Mineiro durante o Encontro. São materiais promissores, com resistência à ferrugem e que têm se destacado em relação à qualidade de bebida. No Banco de Germoplasma de Café da Epamig, um dos maiores do Brasil, os participantes puderam saber sobre os mais de 1.500 materiais implantados. “O banco é uma garantia da continuidade do programa de melhoramento genético do cafeeiro e da evolução da cafeicultura no estado”, explica o pesquisador da Epamig, Antônio Alves, que contribuiu para a manutenção desse banco
Quatros novas variedades de café em fase de registro também foram reveladas aos participantes. De acordo com o pesquisador da Epamig, Gladyston Carvalho, são materiais com base na Catuaí, cultivar de café mais plantada no cerrado mineiro.
Nos minicursos, especialistas ainda falaram sobre temas como pós-colheita para a cafeicultura familiar, oportunidades para jovens no café e qualidade de café sob a percepção das mulheres envolvidas com o setor cafeeiro.
O Encontro de Inovação e Tecnologia para a Cafeicultura do Cerrado Mineiro foi realizado pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado em parceira com Fundação de Desenvolvimento do Cerrado Mineiro (Fundaccer) e Epamig, com o apoio da Emater-MG e Consórcio Pesquisa Café.
Transferência de Tecnologias para o Cerrado mineiro
Projeto desenvolvido entre Epamig e Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro selecionou 30 produtores de 17 municípios da região. O objetivo é a destinação de um hectare em cada propriedade para a implantação de Unidades Demonstrativas, a fim de avaliar 12 cultivares de café selecionadas para os experimentos. “Estivemos com esses cafeicultores que irão receber as sementes e que serão acompanhados pela equipe técnica da Epamig”, explica o pesquisador, Gladyston Carvalho.
Para o cafeicultor Wagner Ferrero, que há cinco anos introduziu cultivares de café arábica desenvolvidas pela Epamig em sua lavoura, é constante a busca por novos materiais genéticos que tenham qualidade de bebida. Umas dos matérias que obteve bons resultados foi a cultivar MGS Paraíso 2, que recebeu na prova de xícara nota de 87,79 na escala da Sociedade Norte-Americana de Cafés Especiais (SCAA). “Fomos procurados por uma grande empresa que comercializa café expresso e cápsulas que viu um diferencial na bebida produzida pela Paraíso 2, em nossa propriedade em Patos de Minas”, comemora o cafeicultor, que herdou o ofício do pai.
A MGS Paraíso 2, originada da hibridação entre a Catuaí Amarelo IAC 30 e o híbrido de Timor UFV 445-46, é resultado do programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro da Epamig. É uma das cultivares promissoras para Cerrado Mineiro e também apresentada durante o Encontro.