Frequentemente, a expressão “sair do escuro” está relacionada a uma nova vida, em que se enxergam mais recursos e há mais esperança. Muitas vezes, a luz é sinônimo até mesmo de perspectivas. É isso o que a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e o Governo de Minas Gerais têm proporcionado a milhares de famílias de todo o Estado desde 2015, quando, por meio do Programa de Regularização de Atendimento Rural, começou as obras de ligação de energia a consumidores da zona rural. Até o fim deste ano, mais de 50 mil famílias, a maioria localizada na faixa leste, no Norte e no Sul de Minas, devem ser atendidas. O investimento, ao todo, é de R$ 800 milhões.
“A eletrificação proporciona modernidade, conforto e alternativas para as atividades agrícolas. É um fator decisivo para o desenvolvimento, permitindo à população rural uma melhor qualidade de vida e acesso a informação, educação e tecnologia, entre outros. Propriedades rurais com energia elétrica tornam-se aptas a novos métodos e técnicas de produção agrícola, possibilitando novos empreendimentos e geração de empregos”, ressalta Mauro Marinho Campos, superintendente de expansão de redes de distribuição da Cemig.
Para levar energia elétrica a essas famílias, muito teve que ser feito. Os investimentos contemplam 15 mil quilômetros de rede, aproximadamente 40 mil transformadores e milhares de postes. Isso sem contar, conforme lembra Campos, toda a mão de obra qualificada, por meio de montadoras – empresas credenciadas, contratadas pela Cemig e devidamente fiscalizadas. “É preciso planejamento, bons projetos, gestão efetiva e boa logística”, reforça ele.
Transformação
Para quem não tinha energia elétrica em casa, cada situação do dia a dia em que ela é necessária agora é celebrada de um jeito especial. Eunice Guieiro, da zona rural de São Gonçalo do Rio Preto, município localizado no Jequitinhonha, está entre as pessoas que passaram a ter luz dentro da residência. O cotidiano, como conta, definitivamente não é mais o mesmo. “Até mesmo para receber as pessoas é muito importante. Meus filhos que chegam, meus netos. Eles gostam de assistir à televisão, mexer no celular”, relata. “Estou muito feliz, já tem banheirinho com água quente, está muito bom aqui para mim”, detalha Eunice.
Geraldo Marques, do Sítio Natureza, por sua vez, ressalta como as coisas podem ser bem mais difíceis sem energia elétrica. Ele cita como exemplo o fato de que, antes, não tinha geladeira para guardar comida. Os amigos que iam à casa dele, como conta, não queriam ficar por muito tempo. Quando chegava a noite, era hora de “escapulirem”, como Marques diz. “Hoje, pelo contrário: tem energia em casa, geladeira funcionando. As visitas até dobraram”, brinca.
História e expectativas
No início de 2015, a Cemig tinha 30 mil obras de ligação de consumidores em atraso. Como novas solicitações não paravam de chegar, esse número chegou a 40 mil. Com o Programa de Regularização de Atendimento Rural, esse número caiu rapidamente para 17,5 mil obras em atraso em janeiro de 2017 e vem só reduzindo. A expectativa é que até o fim deste ano, 100% dos consumidores rurais da área de concessão da empresa sejam atendidos.
O serviço às propriedades é realizado por conta da própria Cemig, sem qualquer tipo de custo para as pessoas que são atendidas. Além disso, aqueles que possuem o Número de Inscrição Social (NIS), ou seja, os contemplados pelos programas do governo federal, recebem, sem pagar nada, um kit básico para instalação interna, que compreende um padrão de entrada, um ramal de conexão, três lâmpadas fluorescentes e duas tomadas, segundo a organização.
Preocupação com o meio ambiente
Quando se fala em zona rural, uma das primeiras lembranças que podem vir à mente são as áreas verdes. E elas também são uma preocupação da Cemig, segundo Mauro Marinho Campos, superintendente de expansão de redes de distribuição da Cemig.
De acordo com ele, ao levar energia elétrica para um local, a organização observa todos os pré-requisitos para a preservação ambiental. “Há o cuidado de colocar as redes preservando os biomas, evitando conflitos com a vegetação. Há a preocupação em diminuir ao mínimo o conflito com a área verde”, explica.
Extensão
Todos os 774 municípios de concessão da Cemig foram contemplados com o Programa de Regularização de Atendimento Rural. A empresa, hoje, é a maior concessionária do país, com 8 milhões de consumidores, e a maior rede de distribuição da América do Sul. São 500 mil quilômetros de extensão, fora as redes em construção.
Na região Sudeste, a empresa é a maior em número de clientes rurais, com 688 mil consumidores ou 2,5 milhões de pessoas que moram fora dos centros urbanos.