Os funcionários do Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII se recusaram a entrar para trabalhar no início da manhã desta quinta-feira (28), após um colega deles ter recebido voz de prisão de um sargento do Corpo de Bombeiros que chegava à unidade com um paciente durante a madrugada. Os servidores voltaram ao serviço, cumprindo a escala mínima que já era prevista por estarem em greve, após se reunirem com a direção do hospital e com um comandante dos bombeiros.
De acordo com o diretor da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (Asthemg), Carlos Augusto, a confusão teria ocorrido por volta das 2h. “O sargento chegou com um paciente para ser atendido no pronto-socorro e o setor que faz o acolhimento foram fazer a ficha para interná-lo. Este enfermeiro, que atua no hospital há sete anos, já fazia a ficha de uma criança na hora, mas acabou interrompendo para poder verificar a vítima trazida pelos militares após eles falarem que era grave. Porém, ao não encontrar sintomas graves, ele disse que não justificava interromper o primeiro atendimento, momento em que o militar disse que iria prendê-lo por desacato”, explicou.
A partir daí teve início uma confusão. Os colegas do enfermeiro tentaram intervir, porém, o sargento dos bombeiros insistiu que iria prender o funcionário. A Polícia Militar (PM) foi acionada e conduziu o enfermeiro e os bombeiros para a Central de Flagrantes (Ceflan). “Ele só foi liberado agora pela manhã. O que nos causou revolta são dois motivos. o primeiro foi o fato da postura do bombeiro, que consideramos como abuso de autoridade. E o outro motivo é que não houve, por parte da direção do hospital, nenhum apoio ao funcionário, que foi sozinho para a delegacia”, completa o diretor do sindicato.
Diante da situação, os servidores que assumiriam o plantão às 7h resolveram permanecer na porta da unidade de saúde. Com isso, o atendimento aos pacientes foi prejudicado, já que somente os médicos e outros servidores da madrugada continuaram atendendo. “Por volta das 8h o diretor chegou e se reuniu com os funcionários, afirmando que seria solidário aos funcionários e notificaria o Corpo de Bombeiros para tomar providências sobre o caso”, completa Carlos Augusto.
Um comandante dos bombeiros também esteve no local e informou aos servidores do HPS João XXIII que uma apuração interna da conduta do sargento será aberta. “Agora eles já estão cumprindo a escala mínima”, conclui o sindicato.