A Justiça mineira determinou que o engenheiro Bruno da Costa Val Fonseca seja julgado por meio de júri popular pela tentativa de homicídio da ex-companheira, informou nesta segunda-feira (3/4) o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O crime aconteceu em 23 de maio de 2022 no Bairro Gutierrez, Região Oeste de Belo Horizonte, e dois dias depois ele teve a prisão preventiva decretada durante audiência de custódia.
Na ocasião, a vítima, que é advogada, deixava o prédio onde mora com os filhos de outro relacionamento – à época com 7 e 10 anos – quando foi esfaqueada pelo menos 15 vezes nas costas, peito, braços e coxas. O homem, conforme apurado pelas autoridades, não aceitava o fim do relacionamento.
Ao determinar os moldes do julgamento do engenheiro, a juíza Bárbara Heliodora ainda requer o aumento de pena, caso o conselho de sentença reconheça o agravante de o crime ter sido cometido diante dos filhos.
Logo, Bruno da Costa Val Fonseca foi pronunciado pelo crime de tentativa de homicídio qualificado, por motivo torpe, meio cruel – tratando-se de recurso que dificultou a defesa da vítima – e ainda pelo fato da vítima ser mulher – o que caracteriza a tentativa de feminicídio.
Por fim, a magistrada determina que o engenheiro “permaneça preso preventivamente na fase de recurso para garantia da ordem pública e a conveniência da instrução criminal”.
Vítima recebeu ameaça de morte no dia anterior ao crime
Antes de ser esfaqueada, no dia anterior a vítima acionou a Polícia Militar depois de ter o apartamento invadido por Bruno, que arrombou a porta do imóvel e ameaçou a mulher de morte.
Conforme detalha a denúncia do Ministério Público, ao tentar cumprir a ameaça, por volta de 8h30, o acusado correu atrás da mulher com uma faca na mão no momento em que ela – na frente do prédio onde morava – se preparava para embarcar em um veículo de aplicativo com os filhos e a babá e, deste modo, fugir das agressões.
“A vítima tentou fugir a pé, mas foi perseguida e alcançada pelo acusado que passou a atingi-la com diversos golpes de faca, até que a babá das crianças e um dos filhos da vítima de apenas 10 anos de idade os alcançaram e passaram a tentar segurá-lo, enquanto ele ainda esfaqueava a mulher”, destaca a denúncia.
Por fim, a babá conseguiu derrubar o agressor e afastou a faca, momento em que os filhos da mulher a ajudaram a levantar e correr em direção contrária. O acusado voltou para frente do prédio da vítima, embarcou em um veículo BMW e fugiu.
O ex-companheiro da advogada foi preso no mesmo dia na casa de uma tia, no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul da capital. Na ocasião, segundo a Polícia Civil, o homem alegou sofrer de transtorno bipolar e que tentou matar a mulher depois de ter sido traído.