O corpo do empresário Adriano Costa Vale, de 37 anos, executado com mais de 50 tiros de fuzil e pistola, na manhã de segunda-feira, no bairro Santa Cruz, região Nordeste de Belo Horizonte, foi sepultado no início da tarde desta terça-feira (27) no Cemitério da Saudade, na região Leste da capital. Parentes e amigos estavam assustados com a violência e alguns disseram não entender o que aconteceu.
Adriano saía de casa em seu carro blindado e foi cercado por um veículo EcoSport branco. Criminosos alvejaram o veículo com dezenas de tiros de fuzil 762 e de pistolas calibres 9mm, 380 e ponto 45. A avó do empresário, de 83 anos, estava no carro e teve escoriações com estilhaços de bala.
A Polícia Civil informou já ter um suspeito de cometer o crime, e que a motivação seria envolvimento da vítima com o tráfico de drogas. O pai de Adriano, Antônio Honorato Vale, também foi executado com três tiros na cabeça em um assalto, em março de 2007, aos 57 anos.
No velório de Adriano, poucos parentes e amigos quiseram falar com a reportagem. Uma prima dele, que pediu para não ser identificada, disse que está sendo difícil para a família conviver com mais uma tragédia. Segundo ela, Adriano era um homem exemplar. “Ele era um bom filho, um bom rapaz, um bom pai, um menino família. É doloroso. A avó dele está muito abalada. É muito doloroso”, disse a prima.
O motorista Marcelo Valadares, de 42, disse que era amigo do empresário e que desconhece a versão da polícia de envolvimento dele com o tráfico de drogas. “Era muito trabalhador. Trabalhava com caminhão munck e era meu parceiro. Não sei de nada dessa versão da polícia do envolvimento dele com o tráfico. Só Deus para saber o que aconteceu com ele. Um mistério que só a polícia vai resolver”, disse Valadares.
O caminhoneiro Isaías Fernandes, de 55, disse ser amigo da vítima há muitos anos e que trabalharam juntos. “Ele era motorista de caminhão, carregando máquinas. Eu mexo com contâiner e ele me ajudou muito carregando transporte para mim. Então, não tenho o que falar dele. Era uma pessoa muito boa”, disse Isaías.
Para o caminhoneiro, a informação de envolvimento do empresário com o tráfico de drogas foi uma surpresa para todos. “Vai ser apurado. Ele não fazia essas coisas”, comentou.
Adriano Costa Vale era solteiro e deixou três filhos, um rapaz de 20 anos, uma menina de 5 e um menino de pouco mais de um ano de idade, que são de relacionamentos diferentes do empresário. “Era um homem muito bonitão e fazia sucesso com as mulheres”, comentou outra prima.