O delegado Rafael Gomes, da Polícia Civil em Juiz de Fora, que havia sido preso em outubro do ano passado sob suspeita de fazer parte de uma organização criminosa que pode ter movimentado R$ 1 bilhão, teve sua liberdade provisória concedida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A informação foi confirmada por um dos advogados de defesa do delegado, Luiz Eduardo Lima, que impetrou um recurso em habeas corpus no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), julgado pelo ministro Sebastião Reis da 6ª turma do STJ.
Até o momento desta publicação, Gomes, que era titular da Delegacia Especializada de Narcóticos, permanecia detido na Casa de Custódia da instituição policial em Belo Horizonte. Segundo sua defesa, espera-se que ele seja solto nas próximas horas, e o advogado solicitou o cumprimento da ordem à 1ª Vara Criminal de Juiz de Fora.
A assessoria do STJ, ao ser procurada pela reportagem, informou que o caso tramita sob segredo de justiça e não pode fornecer informações a respeito.
Relembrando o caso, a Operação Transformers, realizada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em 20 de outubro de 2022, resultou na prisão do delegado e de outros seis investigadores. Segundo o promotor Thiago Fernandes de Carvalho, a investigação durou cerca de dois anos.
Na época, foram cumpridos 61 mandados de busca e apreensão, 148 mandados de sequestro de veículos e dez mandados de sequestro e indisponibilidade de imóveis, além da apreensão e indisponibilidade financeira de R$ 55 milhões. Também foram emitidos 31 mandados de prisão. As ações ocorreram nas cidades de Juiz de Fora, Esmeraldas, Três Corações e Botelhos.
Inicialmente, descobriu-se que o grupo roubava carros, desmontava as peças e montava novos veículos que eram usados no tráfico de drogas. O promotor destacou na época que se tratava de um tráfico de drogas em grande escala, com ramificações em todo o país, envolvendo lavagem de dinheiro por meio de shows artísticos, comércio de roupas, varejo, alimentos, entre outros.
O delegado e os agentes da Polícia Civil divulgavam informações privilegiadas para outros membros da organização criminosa. Portanto, o Ministério Público suspeita que nos últimos cinco anos o grupo possa ter movimentado cerca de R$ 1 bilhão.