Membros e ex-alunos da Fundação Educacional Caio Martins (Fucam) participam, nesta quinta-feira (23/3), de uma audiência pública para discutir a proposta de extinção da instituição, que atende mais de 2 mil alunos na zona rural de Minas Gerais.
No início de março, o governo de Minas anunciou o desejo de incorporar a Fucam à operação da Secretaria de Estado da Educação. A proposta ainda seguirá para votação no plenário.
A proposta desagradou os servidores e alunos da entidade, responsável pela formação de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. A Fucam tem escolas e centros educacionais em Esmeraldas, na Região Metropolitana de BH, Riachinho, no Noroeste de Minas e outras quatro cidades do Norte de Minas: Buritizeiro, São Francisco, Januária e Juvenília.
Com a decisão do executivo estadual, a comunidade teme que a educação seja incorporada pela iniciativa privada ou acabe sucateada nas unidades escolares estaduais, aumentando a desigualdade social nessas regiões. “A maioria das entidades não olha para essas regiões carentes. Estão jogando nossa educação no lixo”, afirma o ex-aluno Amauri Wagner Rodrigues.
Eles também questionam a falta de diálogo do executivo estadual com os membros da Fucam e as comunidades que dependem da entidade. “Sem transparência que é o que mais nos o preocupa. Não há qualquer diálogo com a gente”, afirma Amauri.
Debates
O deputado estadual Gustavo Valadares (PMN), líder do governo de Romeu Zema (Novo), defende o projeto e diz que a ideia é expandir o projeto pedagógico inaugurado pela Fucam. “Reconhecemos a história e tradição da Fundação, não haverá prejuízo para ninguém. Estamos no caminho de soluções que atendam a todos nós”, afirmou durante a audiência.
Os parlamentares da oposição ao projeto, por outro lado, vêem a decisão de extinção da Fucam com preocupação. A deputada Beatriz Cerqueira (PT), da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, adiantou no início da sessão os reforços do grupo em barrar a aprovação do projeto de lei.
“A Fucam tem uma importância, sobretudo, na educação do campo, e tem um impacto relevante nas comunidades onde está inserida", argumenta.